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Fundador da OAS morre em São Paulo

Suspeita é que César Mata Pires tenha sofrido infarto fulminante enquanto caminhava pelo Pacaembu, na Zona Oeste.

Mastrangelo Reino/Folhapress

O propriétario da empreiteira OAS, César Mata Pires, em foto de outubro de 2011 durante o lançamento do livro ‘Como Superar o Cancer’, de Paulo Hoff, em São Paulo

O maior acionista da empreiteira OAS, César Mata Pires, de 68 anos, morreu nesta terça-feira (22) enquanto caminhava pelo Pacaembu, bairro da Zona Oeste de São Paulo. A suspeita é que ele tenha sofrido um infarto fulminante.

Pires foi fundador da empreiteira criada em 1976, na Bahia. Ele era casado com Thereza, uma das filhas do ex-senador baiano Antônio Carlos Magalhães (ACM), e tinha dois filhos.

Em 2015, a revista Forbes estimava que a fortuna de Pires era de US$ 1,6 bilhão.

Lava Jato

A empresa é uma das grandes construtoras brasileiras que têm executivos como réus na Lava Jato. Segundo a denúncia, a empresa participava do chamado “clube” de companhias que, por meio de um cartel, fraudava licitações da Petrobras. Para conquistar os contratos, as empresas pagavam propina a diretores da estatal e a partidos políticos, com intermediação de operadores.

As primeiras denúncias contra executivos da OAS vieram à tona em 2015. Na época, a Justiça Federal em Curitiba condenou a cúpula da empreiteira por crimes cometidos em contratos e aditivos da OAScom a Refinaria Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e com a Refinaria Abreu e Lima (Renest), em Pernambuco.

Em maio deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) confirmou que estava negociando acordo de colaboração premiada com ex-executivos da OAS. A declaração foi feita durante audiência para ouvir o depoimento do ex-diretor da empresa Agenor Franklin Medeiros. O acordo, no entanto, não foi homologado.

Recuperação Judicial

A empresa chegou a pedir recuperação judicial, perdeu protagonismo e cortou mais da metade de seus funcionários desde então. Em 2013, antes da Lava Jato, o Grupo OAS tinha cerca de 120 mil funcionários. No fim de 2015, o número caiu para 70 mil e, em março deste ano, era de 35 mil.

Como apurado anteriormente pelo G1, o plano de recuperação colocou os ativos da construtora à venda.