Os corpos de mais duas pessoas foram encontrados durantes as buscas na manhã desta sexta-feira (25) aos desaparecidos no naufrágio da embarcação Capitão Ribeiro, no Pará. O barco afundou na noite de terça-feira (22) no rio Xingu, entre Porto de Moz e Senador José Porfírio, no sudoeste do estado. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup), o número de mortos chega a 23, há 27 sobreviventes e duas pessoas permanecem desaparecidas.
Os corpos encontrados nesta manhã são de duas crianças, uma menina de aproximadamente oito anos de idade e um menino de cerca de 3 anos. Eles estavam no porão da embarcação, que foi puxada para a superfície por meio de um sistema de mecânica utilizando cabos de aço atrelados a uma balsa da prefeitura local, que ficou ancorada ao lado da embarcação.
As buscas aos desaparecidos no naufrágio da embarcação Capitão Ribeiro entraram no terceiro dia nesta sexta-feira (25). Helicópteros sobrevoam a área bem próximo à água para tentar avistar sobreviventes ou corpos. Há também no local lanchas com equipes do Corpo de Bombeiros, da Prefeitura de Porto de Moz, da Marinha e da Capitania dos Portos do Amapá, que é responsável pelo inquérito.
O trabalho também é feito por terra. As equipes percorrem as margens do rio, que tem 10 km de extensão de uma margem a outra.
A embarcação, que estava quase toda submersa, foi puxada para a superfície por meio de um sistema de mecânica utilizando cabos de aço atrelados a uma balsa da prefeitura, que ficou ancorada ao lado da embarcação. Um grupo foi preso na quinta tentando saquear o navio.
O trabalho de identificação das vítimas é feito por equipes do Instituto Médico Legal “Renato Chaves” de Belém e Altamira que estão na cidade de Porto de Moz para agilizar a liberação dos corpos para os familiares fazerem o sepultamento.
Todos os corpos que são encontrados estão sendo levados para o ginásio da cidade, onde os peritos estão atuando na identificação. Na última quinta-feira (24) a Prefeitura de Porto de Moz organizou um velório coletivo no ginásio. Depois da cerimônia, as primeiras vítimas já foram enterradas, a maioria era morador de Porto de Moz.
O corpo de uma das vítimas foi levado para Santarém na quinta-feira (24). Nesta sexta (25) o Grupamento Fluvial faz o traslado de um corpo para Altamira, um para Prainha e outro para Santarém, de onde partiu a embarcação na segunda-feira (21).
“A cidade inteira está comovida com a situação. Foi decretado o luto. Temos mais de 100 voluntários atuando nas buscas e apoio logístico. A comoção é total na cidade e em municípios próximos daqui. O clima na cidade é de tristeza. Algumas pessoas estão assustadas por um acidente de magnitude dessa na região”, conta o cabo Emerson Leão, da Polícia Militar.
No dia do naufrágio no Rio Xingu, no Pará, o barco Capitão Ribeiro informou à Marinha do Brasil que levava apenas 2 passageiros. Em depoimento à polícia, o dono da embarcação confirmou que transportava cerca de 50 pessoas naquela terça-feira (22) e que não havia controle de quantas embarcavam em Santarém, no oeste do estado. Alcimar Almeida da Silva afirmou ainda que fez um trajeto muito maior do que o autorizado pela Marinha.
O governo do Pará, que chegou a estimar que 70 pessoas estariam a bordo, trabalha agora com o número de 52 pessoas: além dos 23 mortos e 2 desaparecidos, há 27 sobreviventes. A embarcação não podia transportar passageiros, segundo Agência Estadual de Regulação e Controle de Serviços Públicos (Arcon-PA).
A Marinha informou que toda vez que uma embarcação se desloca deve ser feito um “despacho de saída” comunicando o percurso, sendo que quando a rota é feita com frequência, pode ser emitido um “despacho por período”, com prazo máximo de 90 dias. No caso da embarcação Capitão Ribeiro, foi emitido um despacho com prazo até 20 de outubro de 2017 para o trajeto Santarém – Prainha (PA), que é de 170 km.