O caso de uma menina de três anos, que foi internada, na semana passada, no Hospital Geral do Estado (HGE) com vários hematomas pelo rosto, ganhou novo capítulo, nesta quarta-feira, 13. Os conselheiros tutelares da Região II receberam o laudo médico que confirma que a criança não caiu e sim sofreu agressões físicas.
Com o resultado em mãos, os conselheiros tutelares estiveram, na terça-feira, 12, na Delegacia de Crimes contra a Criança e o Adolescente para oferecer denúncia. Hoje, eles também informaram o caso ao Juizado da Infância e da Juventude.
De acordo com informações da conselheira tutelar Valmenia Santos, o caso foi informado ao Conselho Tutelar no dia 05 de setembro quando a menina foi internada na UTI pediátrica da unidade hospitalar com o rosto inchado e hematomas pela boca e olhos.
No dia da internação, a tia da vítima, responsável pela criança, alegou que a menina tinha caído e por conta disto, resolveu levá-la ao hospital. O estado de saúde da menor causou estranheza a equipe médica e aos conselheiros tutelares, que decidiram, desde então, acompanhar o caso de perto e buscar respostas concretas sobre o fato.
Ontem (12), as dúvidas sobre a causa dos hematomas foram dirimidas após a conclusão do laudo médico do HGE. O relatório, entregue ao Conselho Tutelar, relata que os hematomas são grandes demais para terem sido ocasionados por uma simples queda. Além disso, a possibilidade da menina ter uma patologia responsável pelos hematomas também foi descartada pelo exame de coagulação sanguínea.
“O laudo diz que não há condições dos hematomas serem de queda devido ao tamanho e o exame de coagulação sanguínea também descarta qualquer patologia. Estamos empenhados em resolver este caso, que tanto tem comovido à sociedade. Esta semana, a criança saiu da UTI e está na enfermaria com pessoas do seu vínculo familiar. Mas, o colegiado dos Conselheiros Tutelares decidiu não permitir as visitas da tia, que tem a tutela da criança, até que tudo seja apurado”, informou a conselheira tutelar, Valmenia Santos.
Na tarde desta quarta-feira, 13, os conselheiros tutelares irão à sede do Instituto de Medicina Legal a fim de solicitar agilidade na conclusão do laudo de corpo de delito, que está previsto para sair no fim deste mês. “Queremos que a Justiça seja feita. Se foi a tia da menina que ela pague e se não foi que aponte o responsável”, disse Valmenia.
Este é o segundo caso de agressão sofrida por crianças no Vergel do Lago. Por coincidência, no mesmo dia, um menino, também de três anos, foi salvo por vizinhos no momento em que era espancado pelo próprio pai e pela madrasta. No dia, o Conselho Tutelar disse que tinha motivos suficientes para acreditar que o casal pretendia torturar o menino até a morte. Até uma corda foi encontrada no local. A criança, por sua vez, apresentava vários hematomas pelo corpo, um ferimento grave na cabeça e ainda relatou para os conselheiros que o pai colocou pimenta nas suas partes íntimas.