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Governo liberou R$ 65 mi em emendas parlamentares no dia em que Temer sofreu segunda denúncia

O deputado Alessandro Molon afirmou que vai novamente ao Ministério Público denunciar Temer por compra de votos.

Alan Sampaio / iG Brasília

Alessandro Molon (PT-RJ)

No dia em que a Procuradoria Geral da República denunciou Michel Temer pela segunda vez, o governo liberou R$ 65 milhões em emendas parlamentares. Foi numa quinta-feira, 14 de setembro, o dia em que os deputados mais receberam dinheiro até agora durante o mês de setembro. O segundo dia em que houve mais pagamento de emendas foi 19 de setembro, um dia antes de o Supremo Tribunal Federal concluir o julgamento que liberou o envio da denúncia para a Câmara. O levantamento é do partido Rede Sustentabilidade, feito a pedido da Rádio CBN.

O deputado que reuniu as informações, Alessandro Molon, disse que vai ao Ministério Público denunciar novamente que está havendo compra de votos para barrar a denúncia contra Temer:

‘Os primeiros sinais do governo mostram que ele vai tentar repetir esse comportamento. Nós vamos denunciar ao ministério público e fiscalizar dia a dia. Lamentavelmente, tudo indica que o que o governo quer é garantir votos liberando emendas, algo inteiramente anti-republicano inclusive criminoso.’

De agosto até agora, a liberação de emendas subiu 60%. Naquele mês, a média era de quase R$ 4 milhões por dia; em setembro, mais que dobrou, subiu pra R$ 8,6 milhões. Foi um aumento de 126%. E vai vir muito mais por aí. O Ministério do Planejamento informou que o governo terá R$ 1 bilhão a mais para as emendas parlamentares, mas negou qualquer vínculo com o momento político. A pasta também informou que, com a aprovação da nova meta fiscal, teve autorização para trabalhar com um déficit maior, e é obrigada a destinar o montante para as emendas, que são impositivas.