Um palestino matou a tiros três israelenses, em um ataque deliberado ocorrido nesta terça-feira (26) no vilarejo de Har Adar, na Cisjordânia, em um episódio que está sendo considerado um ato terrorista. O movimento islâmico Hamas, considerado uma organização extremista e na lista de grupos terroristas da União Europeia (UE), comemorou o ataque e comentou que este “é o novo capítulo da Intifada de Al-Quds” (Jerusalém).
“Significa que qualquer tentativa de ‘judaizar’ a cidade não muda o fato de que Jerusalém é árabe-muçulmana. Seus cidadãos e a juventude não economizarão esforços para resgatá-la com seus espírito e sangue”, disse o porta-voz do Hamas, Hazzam Qassam. O movimento da Jihad Islâmica na Palestina também celebrou o ataque. O agressor – que foi neutralizado e morto pela polícia – usou uma arma de fogo e uma faca para atacar os israelense, que morreram devido aos graves ferimentos. As vítimas são agentes da guarda civil e de fronteira, que tinham sido deslocados para a entrada de Har Adar, um pequeno assentamento na parte oeste de Jerusalém situado na linha de demarcação com a Cisjordânia. Já o agressor é um palestino de 37 anos, identificado como Nimer Jamal e originário de Beit Sourik, que possuía visto de trabalho para atuar em áreas de assentamentos israelenses. Ele se aproximou de um posto da fronteira junto com um grupo de trabalhadores palestinos, mas abriu fogo contra os agentes. “O ataque terrorista desta manhã é fruto do incitamento da Autoridade Nacional Palestina (ANP)”, disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. “Espero que Mahmoud Abbas condene o atentado e não tente justificá-lo”, ressaltou.
Na semana passada, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, anunciou que aceitava as condições para se “reconciliar” com a ANP, o governo da Palestina reconhecido internacionalmente e participante das rodadas de negociações de paz. Em um acordo mediado pelo Egito, o Hamas disse que aceitava “incondicionalmente” as condições impostas pela rival ANP, ligada ao Fatah. Entre os pontos aceitos pelo Hamas, estão a convocação de eleições gerais (que não ocorrem desde 2006) e a dissolução do “comitê administrativo” da Faixa de Gaza. No entanto, analistas acreditam que esta possa ser apenas uma manobra do Hamas, que não aceita a solução de dois Estados para o conflito palestino-iraelense, para se afastar de compromissos sociais e civis na Faixa de Gaza e se concentrar na estratégia militar.
Cerca de 36 mil palestinos têm permissão para trabalhar em áreas de assentamentos judaicos diariamente.