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Juiza determina internação provisória do atirador de Goiás por 45 dias

Reprodução/TV Globo

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O Ministério Público de Goiás recomendou que o atirador fique apreendido por mais tempo, sempre em uma cela separada de outros presos. O adolescente prestou depoimento neste sábado (21).
Imagens exclusivas mostram o momento em que um dos feridos saiu baleado em busca de socorro. A câmera é de uma loja que fica ao lado da escola.

Na tarde deste sábado (21), o atirador falou com o Ministério Público. O promotor disse que o adolescente se mostrou arrependido e contou detalhes de como encontrou a arma, uma pistola ponto quarenta.

“A arma estava bem escondida com chaves, gavetas trancadas, e ele vasculhou a casa até encontrar. Não teve jeito. Encontrou a chave, tirou a arma, tirou os pentes”, conta o promotor de justiça Cassio Souza.

Ele passou a noite na delegacia. O Ministério Público recomendou que o atirador continue apreendido por 45 dias. Por segurança, ele está isolado e observado por agentes o tempo todo.

“Eu pedi que essa internação provisória deve ser retocada de certos cuidados em virtude de ser filhos de policiais militares. Não colocar no meio de elementos periculosos que possam causar alguma represália”, explica o promotor.

A recomendação do Ministério Público pode ser analisada pelos plantonistas do Tribunal de Justiça de Goiás ainda neste fim de semana. Mas a decisão final, que pode ser uma medida sócio-educativa de até três anos de internação, é do Juizado da Infância e Juventude. Essa audiência ainda não tem data definida.

Os pais do atirador são oficiais da PM. A arma era da mãe. O Comando da Polícia Militar vai apurar onde a pistola estava guardada, se o garoto já tinha manuseado outras vezes e se ele costumava observar a mãe mexendo na arma e na munição. A advogada da família falou pela primeira vez neste sábado (21).

“A única coisa que estou autorizada a dizer que é nós vamos nos manifestar depois que ele for apresentado ao juiz e que a gente está preocupado com a integralidade física dele”, disse Rosângela Magalhães, advogada do atirador.

O atirador estudava no colégio havia quatro anos. Na ficha escolar, nenhum registro de problemas. O delegado responsável pelo caso afirmou que ele sofria bullying e isso motivou o crime.

Na manhã deste sábado (21), o pai de um dos meninos mortos no ataque comoveu quem estava no cemitério. “Foi uma fatalidade. Que eu e a mãe, nós perdoamos o rapaz”, afirmou Leonardo Calembro, pai de João Calembo.

A juíza Mônica Moreno Senhorello acatou a recomendação do Ministério Público de internação do atirador por 45 dias.