Um dos fatores que levou ao menor índice do ano está relacionado à recuperação dos postos de trabalho
Os dados sobre o comportamento das dívidas e inadimplência na capital de Alagoas têm apontado redução. Outubro registrou a menor taxa total de endividados, desde abril de 2017, com 64,7% da população de Maceió e o menor nível de inadimplentes, desde janeiro deste ano, com 15,9%. Entre outubro e setembro, o total de endividados reduziu 3% e os inadimplentes tiveram uma queda ainda maior, 6,5%. A recuperação dos postos de trabalho, como sinalizado em setembro, é uma variável que explica momento. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) foi realizada pelo Instituto Fecomércio, em parceria Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Os consumidores acabam se endividando com mais facilidade pelo uso do cartão de crédito (80,4%). O assessor econômico da Fecomércio, Felippe Rocha, alerta para a taxa de juros média praticada que gira em torno de 350,32% ao ano ou 13,36% ao mês. O carnê de loja, que já foi 4% dos motivos da dívida, hoje representa 9,8%. A mudança é atribuída à alteração da regra sobre o uso do rotativo do cartão de crédito.
Em termos de inadimplentes, dos 15,9% da população economicamente ativa nessa situação, apenas 4,5% indicaram que conseguirá sair dessa situação já nesse mês. Outra parcela (44,5%) sairá parcialmente, mas 47,8% se manterá inadimplente por não ter condições de pagamento. “Aproveitando o bom momento do emprego e do consumo, cabe ao consumidor e as empresas chegarem a um acordo em que ambos saíam ganhando, pois, em média, o consumidor maceioense passa 70 dias com um pagamento em atraso. Esse fato é negativo para o empresário que necessita do valor para operação das atividades”, explicou Rocha.
No geral, o consumidor que está endividado, tende em média a ficar quase seis meses se livrando de uma obrigação financeira e já compromete 30,5% da sua renda com o pagamento delas, sinal de alerta, embora tenha ultrapassado em 0,5% o limite de comprometimento. “É sempre bom colocar no papel aquilo considerado desnecessário e poupar, para evitar uma bola de neve futura”, sugere o economista.
Recuperação
Em setembro, os dados do Caged/MTE, apontam a recuperação de 7.411 (saldo) postos, sendo o principal responsável a atividade da indústria de transformação, com saldo admissional de 7.418. Logo após, o comércio com 141 empregos gerados e a construção civil, com 58 empregos. O setor de serviços apresentou variação negativa de 132. Seguido pela agropecuária, com perda de 93 postos. Além disso, quando comparado julho e agosto de 2017, ante o mesmo período em 2016, houve um crescimento de 15,48% na contratação de funcionários temporários.
“Esses números causam alívio e apontam sinal de melhora nas vendas de fim de ano. Os dados do IBGE em pesquisa de agosto, sobre o volume de vendas do comércio varejista de Alagoas, demonstram uma variação 7,7% superior, ao longo do ano, quando comparamos com 2016. Sendo assim, melhoria nos postos de trabalho, da contratação de temporários, vendas superiores ao ano passado e alívio do endividamento dão fôlego necessário para o consumo de Natal, fato que deve ser aproveitado pelos empresários, para iniciarem antecipadamente os investimentos em ornamentação natalina, promoções, diversificação de produtos com bons preços. Vale ressaltar que estamos saindo de uma recessão e os consumidores ainda buscam custo x benefício”, comentou o assessor econômico da Fecomércio.
O levantamento foi realizado nos últimos 10 dias de setembro deste ano. Foram entrevistados 500 consumidores em diversos pontos de comércio de Maceió.