Apesar da redução geral no Brasil, levantamento mostra que 1,1 mil municípios estão em 'estado de alerta'; outras 357 cidades apresentam situação de risco de surto das doenças.
De janeiro a novembro deste ano, o Ministério da Saúde recebeu 16,8 mil notificações de casos prováveis de zika no Brasil, o que representa uma redução de 92,1% em relação ao mesmo período de 2016, quando houve 214,1 mil registros. A taxa de incidência passou de 103,9 por 100 mil habitantes no ano passado para 8,2 por 100 mil hab. em 2017. O novo levantamento foi divulgado nesta terça-feira (28).
Os casos prováveis de dengue e chikunguya também estão em queda no país. Apesar da redução dos números, o novo Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) mostra, ainda, que 1,1 mil municípios brasileiros estão em ‘estado de alerta’. Outras 357 cidades apresentam situação de risco de surto das doenças.
As regiões Centro-Oeste e Norte apresentam as maiores taxas de incidência: 38,3 casos por 100 mil habitantes e, 12,2 casos por 100 mil, respectivamente. Entre os estados, destacam-se Mato Grosso (64,5 casos/100 mil hab.) e Goiás (55,9 casos/100 mil hab.).
Segundo o ministro da saúde Ricardo Barros, apesar da redução dos índices no país, o trabalho de prevenção está sendo feito, mas há a “preocupação de que a população relaxe nos cuidados e combate ao foco”.
O LIRAa identificou que, nos 11 primeiros meses de 2017, foram notificados 239 mil casos prováveis de dengue em todo país. Os números representam uma redução de 83,7% em relação ao mesmo período de 2016, quando foram notificados 1,4 milhão de casos.
De janeiro à primeira quinzena de novembro deste ano, também houve uma queda considerada “significativa” no número de mortes relacionadas à doença (82,4%). Nos 11 primeiros meses de 2016 foram 694 mortes, sendo que em 2017 foram registradas 122.
Da mesma forma, os registros de dengue grave caíram 73%, de um ano para outro, passando de 901 no ano passado para 243 em 2017. Em todo país, a região Nordeste apresentou o maior número de casos prováveis (35%), em relação ao total do país. Em seguida aparecem as regiões Centro – Oeste (31%), Sudeste (23%), Norte (8,8%) e Sul (1,6%).
Neste ano, o país registrou 184,4 mil casos prováveis de febre chikungunya. O quantitativo representa uma taxa de incidência de 89,5 casos para cada 100 mil habitantes. A redução é de 32,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 271,6 mil casos.
A região Nordeste continua apresentando o maior número de casos prováveis de febre chikungunya (76%) em relação ao total do país. A região é seguida pelo Sudeste (12,6%), Norte (8,7%), Centro-Oeste (1,9%) e Sul (0,2%).
Somente em 2017, a doença ocasionou a morte de 149 pessoas. No ano passado foram 211 óbitos associados à febre chikungunya, uma redução de 29,4%.
O mapeamento dos casos de infecções causadas pelo Aedes aegypti deve ser informado ao governo federal por todos os municípios. A determinação é do Ministério da Saúde, com o objetivo de monitorar a infestação do mosquito.
O último levantamento constata que dos mais de 5 mil municípios do país, até a primeira quinzena deste mês, 3,9 mil cidades informaram os dados ao governo federal. Entre as capitais, 17 repassaram os dados ao Ministério da Saúde. Outras nove não indicaram o índice de infestação de mosquitos.
Segundo o ministério, entre as capitais que não informaram os dados constam: Belém (PA), Boa Vista (RR), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), São Paulo (SP), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Brasília (DF) e Rio Branco (AC).