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Vilela teria recebido R$ 2 mi de propina e era identificado como ‘Bobão’, diz PF

Teotonio Vilela Filho era identificado na planilha da construtora como 'Bobão'

Ascom MPF

Superintendente da PF em Alagoas (à dir.)

O ex-governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), teria recebido aproximadamente R$ 2 mi de propinas da construtura Odebrecht dividida em três parcelas. O esquema foi revelado durante uma coletiva à imprensa na manhã desta quinta-feira, 30, na sede da Polícia Federal, no bairro do Jaraguá.

A operação foi deflagrada nas primeiras horas da manhã de hoje em três Estados, inclusive em Alagoas, na residência de Vilela e de outros dois ex-secretários. Não houve prisão, nem condução, mas cumprimento de mandados de busca e apreensão.

A operação foi batizada de Caribdis e investiga o envolvimento do ex-governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho em uma suposta fraude em licitação durante a construção do Canal do Sertão, no período de 2009 e 2014.  Segundo o superintendente da Polícia Federal (PF) em Alagoas, Bernardo Gonçalves Torres, Vilela teria recebido propina de quase cerca de R$ 2 milhões da construtora Odebrecht divididas em três parcelas de 1 milhão, 906 mil e 150 mil, respectivamente.

As investigações aponta ainda que, além do ex-governador de Alagoas, outros nomes também estariam no suposto esquema. São eles, o ex-secretário de Infraestrutura do Estado, Marcos Antônio Fireman e do ex-secretário executivo da Seinfra.

A PF teria chegado as informações graças à uma deleção premiada e relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU), envolvendo pagamentos da ordem de mais de R$ 33 milhões à Construtora Norberto Odebrecht. Também está sendo investigado uma possível existência de acordo de divisão de lotes da obra com a Construtora OAS.

Leia também: Téo Vilela é alvo de operação da PF por fraudes no Canal do Sertão

Em uma planilha para pagamento das propinas da Odebrechet, Vilela era identificado como ‘Bobão’ e Marcos Fireman como ‘Fantasma’ e, de acordo com o delegado Antônio José Lima de Carvalho, todos os acusados teriam recebidos dinheiro de maneira ilícita.

Ainda de acordo com o delegado, durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão na residência Vilela, ele teria se mantido calmo e teria cooperado com a ação da Polícia Federal.

“A ação decorreu como se acontece normalmente. No momento em que chegamos à residência, ele se mostrou surpreso, mas cooperou com a ação sem problemas. Levamos alguns documentos, smartphones e computadores” disse.

Os acusados serão ouvidos a partir desta sexta-feira (dia 1º) pelos agentes da PF.

Nota do Ministério da Saúde

Agentes da Polícia Federal cumpriram nesta quinta-feira (30) mandado de busca referente a operação Caribdis, de Alagoas, que apura suspeita de irregularidade em obras dos lotes de números 3 e 4 das obras do Canal do Sertão, ambos licitados pelo governo daquele Estado. Os policiais estiveram no gabinete do secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Marco Fireman, então secretário de Infraestrutura do Estado.  Não foram levados documentos ao final da busca e o secretário está à disposição da PF para prestar todos os esclarecimentos.

Nota do ex-governador Teotonio Vilela

O ex-governador Teotonio Vilela Filho tem consciência de que não praticou nenhum crime e que a verdade será restabelecida.
Em coerência com a sua história de vida pessoal e política, o ex-governador assegura ser o maior interessado na elucidação dessas investigações e que continuará à disposição das autoridades, contribuindo no que for preciso.