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Sindicato defende agentes socioeducativos denunciados pelo MPE

Entidade pede que os servidores sejam realocados para outras funções enquanto a denúncia é investigada

Alagoas24horas/Arquivo

Ministério Público Estadual

Dois dias após a denúncia ajuizada pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra três agentes socioeducativos – pelos crimes de tortura, prevaricação e fornecimento de bebida alcoólica a menor de idade – o sindicato da categoria se pronunciou hoje, 1º, sobre o caso.

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A assessoria da entidade emitiu nota na qual se diz surpresa com as acusações e informa que a diretoria jurídica do Sindicato dos Agentes Prisionais e Socioeducativos, tenta junto à Justiça reverter o pedido de condenação de João Victor Moraes Lima e João Henrique Freire Dias – pelos crimes de tortura e prevaricação, perda do cargo, função ou emprego público, além das prisões preventivas – e que considera precipitada a denúncia contra Gamail Casado, – denunciado por supostamente fornecer bebida alcoólica a três jovens, no último réveillon e que pode ser afastado do cargo e ser prisão.

O Sindicato defende ainda que os servidores permaneçam trabalhando – sendo deslocados para outras atribuições – até que as acusações sejam esclarecidas e a Justiça dê no final sua posição.

“É direito de qualquer brasileiro se defender de qualquer acusação. Todos os agentes são pais de família e sobrevivem com o dinheiro do trabalho que exercem. Uma condenação antecipada e a verdade aparecendo mais na frente e que certamente irá aparecer, vai impor aos três uma situação desumana e vergonhosa. Não estamos querendo mascarar erros ou inverdades. Apenas queremos que ninguém seja injustiçado por denúncias vazias”, destaca o presidente do Sindicato, Renato Leiva.

No comunicado, a entidade disse também que após a divulgação do caso, a tensão entre monitores e jovens que cumprem medidas socioeducativas cresceu.

“Nossa categoria trabalha porque precisa. São pais de família que todos os dias deixam suas casas para garantir a segurança de filhos de outros pais e que praticaram algum ilícito. Diariamente somos atacados com palavrões e gestos obscenos pelos infratores. Eles sabem que lá fora os agentes são olhados de forma condenatória pela sociedade e que eles (adolescentes) são as vítimas. Isso não é verdade e uma ação de condenação explicita, onde a sociedade acusa, julga e condena só nos deixa fracos diante da criminalidade. É uma completa inversão de valores”, desabafou Valdemir Amorim, vice-presidente do Sindicatos dos Agentes Socioeducativos.