A operação desencadeada pela Polícia Federal (PF), na manhã desta quinta-feira (07), e que terminou com um suspeito morto revela que Erik Ferraz, considerado foragido da Justiça de São Paulo, além de comandar um esquema de tráfico de drogas internacional lavava o dinheiro da organização PCC (Primeiro Comando da Capital) com a manutenção de estabelecimentos em Maceió.
De acordo com o superintendente da PF, Bernardo Gonçalves, Erik era um dos chefes do PCC em São Paulo e filho de um dos seis maiores líderes da facção que ainda segue sendo procurado pela polícia. O pai do suspeito está foragido na Bolívia e é conhecido pela alcunha de “João Cabeludo”. Para garantir fidelidade no dinheiro que retirava do tráfico, Erik agia como um empresário na capital sendo dono de um pub localizado no bairro de Jatiúca, uma pizzaria no Conjunto Salvador Lyra e uma academia de ginástica no bairro de Serraria.
“Um desses locais é o restaurante e pizzaria Moriah”, diz o superintendente.
Ainda durante as investigações, que duraram cerca de dois meses, foi verificado um patrimônio no valor de R$ 8 milhões que envolvem uma residência no Conjunto Aldebaran, no Jardim Petrópolis, uma casa de praia na Barra de São Miguel, uma lancha, barcos e veículos de luxo. Erik usava ainda um segundo nome em Maceió, Bruno Augusto Ferreira.
Contra Erik Ferraz há ainda condenações diversas por homicídios e crimes por tráfico de drogas que a PF não soube especificar. Ao todo foram cumpridos na manhã de hoje 9 mandados de busca e apreensão, 5 de prisão preventiva e 3 de condução coercitiva. Erik Ferraz teria resistido à ordem de prisão e terminou ferido. O suspeito foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na manhã de hoje no Hospital Geral do Estado (HGE). Já os outros presos são todos familiares do suspeito, uma esposa, a sogra e cunhados que não tiveram os nomes revelados.
“Tivemos uma dedicação especial nesse trabalho porque o investigado não poderia suspeitar de nada, pois ele empreenderia fuga para qualquer local do país”, disse o também delegado Gustavo Gatto, que comandou as operações.
Com isso, foram apreendidos na casa de um dos ‘laranjas’ da quadrilha a quantia aproximada de US$ 500 mil dólares. Pela forma de acondicionar o dinheiro, a PF acredita que a origem do montante seja toda do exterior.