O ex-prefeito de Palestina, José Alcântara Júnior, conhecido como Júnior Alcântara (PMDB), apontado pela Polícia Civil (PC-AL) como autor intelectual e mandante do homicídio de seu caseiro, Zenóbio Gomes Feitosa, de 60 anos, teve Habeas Corpus concedido em seu favor, na tarde de hoje, 27. O suspeito foi preso na última sexta-feira (22).
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Autorizado pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas, Celyrdio Adamastor Tenório, o Habeas Corpus troca a prisão preventiva pela aplicação de medida cautelares, a exemplo do monitoramento eletrônico, comparecimento periódico na vara de origem e recolhimento aos finais de semana, entre outras.
Um pedido para obtenção do mesmo recurso havia sido negado ainda ontem (26) pelo mesmo desembargador. No primeiro pedido a defesa se limitou a pedir a soltura do acusado, sem apresentar detalhes do processo, ao qual ainda não havia tido acesso.
Nesta decisão, o desembargador diz que “não foram apontados elementos concretos da periculosidade do agente, a liberdade do paciente, por si só, não demonstra perigo à ordem pública ou à conveniência da instrução criminal”.
A defesa de Júnior Alcântara é assinada pelo advogado Fábio Costa de Almeida Ferrário.
Entenda o caso
De acordo com o delegado Mário Jorge, coordenador da Divisão Especial de Investigação e Captura (Deic) e um dos integrantes da comissão de delegados designada para investigar o crime – junto com os delegados Cícero Lima e Guilherme Iusten – a intenção do ex-prefeito era incriminar rivais políticos.
A vítima estaria trabalhando numa chácara do ex-prefeito, na zona rural de Palestina, em companhia do filho de 9 anos, quando um homem teria batido a porta e dito que estava lá para buscar alguns documentos. Tais documentos incriminariam o grupo político rival e que está na atual gestão do município sertanejo.
A criança então, teria visto do lado de fora da casa outros dois homens encapuzados e alertado o pai de que se trataria de um assalto e fugido para o povoado próximo. “Nesse momento os homens adentraram a propriedade, renderam a vítima e a levaram num veículo Fox, de cor prata, com placa de Teotônio Vilela, reconhecido por algumas testemunhas tempos depois”, explicou o delegado.
Nas investigações foi descoberto também que o ex-prefeito usava o nome de Zenóbio Gomes, sem o seu conhecimento, como laranja na aquisição de veículos e outros bens.
Além do prefeito, foram presos também o vereador Luciano Lucena de Farias (PMDB), e os autores materiais, Daniel da Silva Carvalho, vulgo “Daniel Gordinho”; José Edilson Pinheiro da Silva, vulgo “Sula”; e Thiago Correia de Brito.