A assessoria do hospital ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, mas a troca de bebês não está descartada, já que morreram dois bebês na unidade de saúde.
Entenda o caso
No sábado (30), os familiares de um bebê, que morreu há sete dias, estiveram no necrotério da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em Aracaju (SE), para retirar o corpo do recém-nascido, mas foram informados que o corpo não havia sido encontrado.
Segundo o pai da criança, o designer gráfico Bruno Sotero Paixão, o bebê, que era o primeiro filho do casal, morreu no sábado (23), duas horas após o parto de alto risco realizado na noite da sexta-feira (22). O velório estava marcado para às 9 horas da manhã desse sábado e duras horas antes a família chegou a unidade de saúde quando receberam a notícia que não estavam encontrando o corpo.
“Chegamos por volta das 7h30 horas e deram a primeira notícia pra gente que não estava encontrando e que iria procurar mais uma vez. Disseram que tinha um freezer específico para os corpos mais recentes. O funcionário olhou duas vezes, mas não encontrou. Procuramos o serviço social e dissemos que só deixaríamos o hospital com o corpo”, relata o pai.
Bruno contou ainda que começou a providenciar os documentos para a liberação do corpo do filho na quarta-feira (27), quando a esposa recebeu alta da maternidade. “A gente iria fazer o sepultamento na manhã de hoje. A funerária esteve no hospital, mas teve que voltar porque não tinha corpo para ser preparado”, lamenta.
Por volta do meio-dia, a coordenação da maternidade chamou a família e disse que o funcionário do necrotério não trabalha neste final de semana e como o rapaz da supervisão não tem experiência pediu a família retornar na terça-feira (2).
“Não aceitamos. Aí pedimos para acionar o diretor da unidade porque a gente só vai sair com o corpo do nosso neto. Não encontraram e querem ganhar tempo. Melhor falar a verdade, digam que não acharam, que não tinha registro nenhum, que encare o problema de frente e não mandar aguardar”, lamenta a avó paterna da criança, Beth Sotero.
DNA
“Ainda que encontrem o corpo do meu neto, a gente não confia mais que seja dele mesmo. As informações estão desencontradas desde o momento do nascimento. Primeiro disseram a minha nora que o bebê tinha nascido morto, no entanto, uma enfermeira falou para ela que ele estava vivo, foi quando a mãe pediu para ver a criança. Porém, quase duas horas depois veio a notícia que ele teria morrido. Se encontrarem o corpo vou pedir o DNA”, conta a avó materna, Beth Sotero.
Maternidade
Através de nota, a direção da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL) informou que esteve reunida com o Departamento Jurídico e a Direção Operacional da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), para averiguação do fato e que, segundo a nota, o feto de 5 meses de gestação nasceu vivo e uma hora depois faleceu.
“A família procurou a MNSL dias depois para buscar o corpo e no necrotério alegaram que a identificação da mãe não era a mesma do feto que se encontrava no local.
A direção da MNSL explica que o caso está sendo investigado e afirma ainda que existe o registro, mas, só após apuração interna adotará as devidas providências.
O supervisor da unidade prestou um boletim de ocorrência sobre o caso e junto aos familiares da vítima e seu advogado, definindo que seguirá uma linha de investigação e após a conclusão do caso, providências disciplinares serão adotadas.
Ela informa ainda que em razão de estarem em regime de plantão e não dispor do efetivo total para averiguação, na próxima terça-feira, 2, estará disponível para total esclarecimentos e comprovação das declarações e documentos”