Destaque para os crescentes acidentes casuais, agressões, queimaduras e no trânsito
O Hospital Geral do Estado (HGE) acolheu mais pessoas no feriadão de Réveillon (1.321 atendimentos) do que no de Natal (1.261). A diferença foi de exatos 60 registros, com destaque para os acidentes casuais, sendo 221 no Natal e 282 na virada de ano, as agressões (32 no Natal e 50 na virada de ano), queimaduras (3 no Natal e 14 na virada de ano) e acidentes de trânsito (93 no Natal e 103 na virada de ano).
O comerciário José Ailton de Andrade, de 37 anos, está na Área Vermelha Trauma em decorrência da queda de sua moto, na cidade de Messias, que resultou em queimadura de segundo grau no braço direito. Ainda confuso e sem lembrança do acidente, ele continua internado sem recordar os números para contato com familiares e amigos.
“Não me lembro de absolutamente nada, só quando cheguei ao HGE. Trabalho no restaurante de um posto e minha última lembrança fora do hospital é da festa de Réveillon. Depois disso, eu realmente não consigo visualizar nada, nem de eu ter ido ao hospital de Messias. Fiquei assustado quando soube o que aconteceu comigo, mas agora estou mais tranquilo por me sentir bem atendido”, disse.
Entretanto, a maioria dos casos com queimadura ainda abrange descuidos na cozinha e outros manuseios com o fogo, como durante o preparo do churrasco. A enfermeira do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), Verônica Costa, alerta aos pais ou responsáveis para que tenham atenção com todo e qualquer risco de acidentes com fogo, ainda que pareça mínimo. E reforça essa atenção neste mês de janeiro, período de férias escolares.
“A escaldadura é um dano que tem sido frequente e é resultado do alcance a objetos que armazenam líquidos muito quentes, como as panelas no fogão, pelas crianças ou pelos adolescentes e adultos mais distraídos ou despreparados. Medidas simples como virar os cabos de panelas para dentro do fogão e cozinhar alimentos em área que proteja o contato, são capazes de evitar o trauma”, explica a enfermeira.
As agressões também cresceram nos feriados prolongados, quando os números do Natal são confrontados com os de Ano Novo: corporais (16 no Natal e 21 no Ano Novo), com arma branca (4 no Natal e 13 no Ano Novo), por arma de fogo (12 no Natal e 16 no Ano Novo) e um estupro foi registrado na virada de ano.
Quanto aos acidentes casuais, causados por queda, cortes, topadas ou outros fatores menos complexos, a crescente de 61 casos é provavelmente resultado da falta de atenção, afobação durante as comemorações e consumo de bebidas alcoólicas.
Outras crescentes nos atendimentos apontam os acidentes de trabalho, que no Natal foram 26 e 28 no Ano Novo; e afogamentos, que no Natal teve apenas um registro e 2 na virada de ano. Decrescentes foram os casos clínicos, apesar dos números ainda serem muito expressivos: no Natal foram 881 atendimentos e 839 no Ano Novo; e a tentativa de suicídio, que no Natal foram 4 atendimentos e 2 no Réveillon.