Black Friday e compras de final de ano mantém consumo estável em dezembro

Os indicadores de endividamento e inadimplência da capital apresentaram estabilidade em dezembro passado, segunda a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pelo Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento de Alagoas em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Na reta final do ano, o nível de endividamento da população economicamente ativa de Maceió ficou equivalente a 62,1%; cerca de 185 mil cidadãos. Já os inadimplentes somam 46 mil consumidores (15,4%).

“A explicação para a manutenção do nível de endividamento e inadimplência, mesmo com a geração de renda do trabalho, deve-se à Black Friday e ao consumo de final de ano”, analisa o assessor econômico da Federação do Comércio de Alagoas (Fecomércio AL), Felipe Rocha, ao explicar que a criação de empregos no segundo semestre promoveu redução de 11,54% no endividamento e de 19,88% na inadimplência no mesmo período (jul/dez). Isso deveria fazer com que os indicadores apresentassem queda em dezembro, mas com este é um mês de grande consumo, acabou mantendo desempenho semelhante ao mês anterior.

Em relação à Black Friday, por ocorrer na última sexta-feira de novembro com preços atraentes de eletrônicos, eletrodomésticos, calçados e vestuários, o consumo acaba sendo no crédito, o que afeta as contas do mês subsequente. O Instituto Fecomércio, em pesquisa no período, já havia constatado que houve uma melhora de 12% nas vendas dessa data em relação a 2016.

Soma-se a isso o próprio natal. Além dos presentes, existem os encontros entre diversos amigos e familiares, aquisição de pratos típicos, ampliação de vestuário, calçado novo e diversas outras demandas. Dessa forma, a renda ajuda a controlar o endividamento, pois boa parte da aquisição de produtos foi à vista, mas a ainda há uma aquisição de produtos por meio do crédito mantendo as dívidas no mesmo patamar do mês anterior.

Carnês

O mês de dezembro fecha com a população tendo como principal responsável de seu endividamento o cartão de crédito: 79,4% dos 185 mil consumidores utilizaram esse meio para adquirir produtos. Fato interessante é que o carnê de loja, que antes representava 4,4%, encerra 2017 apontado por 12,7% dos consumidores como um dos motivos de ter contraído dívidas.

“Desde a mudança das regras do pagamento dos cartões de crédito em abril, a população busca outros meios para poder consumir; por isso o crescimento dos carnês. Um dos fatos negativos é que esta modalidade de consumo recai totalmente no bolso do empresário, já que ele assume todos os riscos de inadimplência”, observa o economista.

De acordo com a pesquisa, entre os consumidores inadimplentes, apenas 5,7% indicaram que conseguiriam honrar suas dívidas atrasadas e iniciar 2018 com o nome limpo na praça; 41,1% afirmaram que pagariam parcialmente; e 45,1% vão continuar inadimplentes.  Em média, os consumidores que já estão nessa situação há 70 dias.

O tempo de endividamento dos consumidores da capital é de até 5 meses endividado. Nesse contexto, devem retomar pleno vigor no consumo apenas em junho, quando deverá ocorrer melhora sensível na aquisição de produtos (excluindo a sazonalidade). “Período em que os empresários devem aproveitar para ampliar promoções e investir em propaganda”, aconselha Felippe.

Relatório completo no site do Instituto Fecomércio AL.

Fonte: Fecomércio

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