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Noivos adiam casamentos em Mairiporã por causa dos casos de febre amarela

Tradicional reduto de festas de casamento, cidade tem 33 casos suspeitos da doença. Donos de espaços de eventos recomendam que convidados se vacinem com 15 dias de antecedência.

Sítio Senna/Divulgação

Sítio Senna/Divulgação

O casamento estava marcado para o mesmo mês de aniversário de namoro. Mas não será mais em abril deste ano que Bruna Valle, de 24 anos, e Gilliard Domingues, de 29, irão subir ao altar. Os casos suspeitos de febre amarela em Mairiporã, na Grande São Paulo, fizeram com que o casal decidisse adiar o casório para o segundo semestre.

Entre 13 de dezembro e 11 de janeiro, Mairiporã teve 33 notificações de casos suspeitos de febre amarela. Destes, 11 pessoas morreram e 17 pessoas continuam hospitalizadas, segundo a prefeitura.

Localizada na serra da Cantareira, com muitos sítios, chácaras e áreas verdes, Mairiporã se tornou um tradicional reduto de festas de casamento na Grande São Paulo, além de destino de turistas que buscam contato com a natureza. Segundo a prefeitura do município, a cidade recebe de 10 a 15 mil turistas por semana.

Bruna e Gilliard moram na Zona Norte de São Paulo, no Tremembé, onde ficam os parques Horto Florestal e Cantareira, que chegaram a ser fechados como ação preventiva contra a doença. Eles já se vacinaram, mas decidiram adiar a data porque não teriam como garantir que os 150 convidados se imunizariam até lá.

“Estava muito ansiosa, planejando muita coisa, foi um balde de água fria”, disse Bruna. Agora a noiva busca novas datas com todas as empresas, como as de decoração e bufê. “Preferimos adiar do que abrir mão de casar na serra, que é mais a nossa cara”.

Eventos cancelados

 

Proprietária de um sítio em Mairiporã, Cleide Senna, de 70 anos, teve quatro contratos cancelados recentemente. Um deles era um casamento que estava marcado para março, mas a noiva preferiu garantir a festa em um salão fechado na capital.

Após o aparecimento da doença na cidade, Cleide passou a pedir uma declaração assinada pela pessoa que irá contratar o espaço de que os convidados foram vacinados. “Estou pedindo para que o contratante tome as providências de que todos os convidados tomem a vacina até 15 dias antes da festa”.

Nem todos os clientes toparam a recomendação, como a noiva que desistiu. “Ela achou complicado pedir isso para os convidados”, disse Cleide. Nas desistências, a proprietária devolveu os 50% que já haviam sido pagos pelos clientes ao fechar o contrato.

“O dinheiro não é importante, a gente tem que ter essa consideração, cuidar da saúde deles. Não é interessante a pessoa vir passear alegre e feliz e pegar uma doença”, disse a dona do sítio, que também é enfermeira aposentada. “Como profissional de saúde, fui a primeira e me procurar. Temos sempre que trabalhar na prevenção”, completa.

Outras empresas de casamento em Mairiporã também estão tomando medidas semelhantes. No Buffet Ravena Garden os convidados também são orientados a se vacinar, e, para quem tem evento fechado neste mês e não tem tempo hábil, a recomendação é usar repelente. A Kasaqui Eventos disse que está pedindo para os casais se vacinarem desde o final de novembro.

Eventos cancelados

 

Proprietária de um sítio em Mairiporã, Cleide Senna, de 70 anos, teve quatro contratos cancelados recentemente. Um deles era um casamento que estava marcado para março, mas a noiva preferiu garantir a festa em um salão fechado na capital.

Após o aparecimento da doença na cidade, Cleide passou a pedir uma declaração assinada pela pessoa que irá contratar o espaço de que os convidados foram vacinados. “Estou pedindo para que o contratante tome as providências de que todos os convidados tomem a vacina até 15 dias antes da festa”.

Nem todos os clientes toparam a recomendação, como a noiva que desistiu. “Ela achou complicado pedir isso para os convidados”, disse Cleide. Nas desistências, a proprietária devolveu os 50% que já haviam sido pagos pelos clientes ao fechar o contrato.

“O dinheiro não é importante, a gente tem que ter essa consideração, cuidar da saúde deles. Não é interessante a pessoa vir passear alegre e feliz e pegar uma doença”, disse a dona do sítio, que também é enfermeira aposentada. “Como profissional de saúde, fui a primeira e me procurar. Temos sempre que trabalhar na prevenção”, completa.

Outras empresas de casamento em Mairiporã também estão tomando medidas semelhantes. No Buffet Ravena Garden os convidados também são orientados a se vacinar, e, para quem tem evento fechado neste mês e não tem tempo hábil, a recomendação é usar repelente. A Kasaqui Eventos disse que está pedindo para os casais se vacinarem desde o final de novembro.