Deputado afirma que a loja é da irmã de Walderice, que se chama Luciana, mas que ganhou o nome de 'Wal' por sua secretária parlamentar ser uma 'líder comunitária'
O presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) voltou a negar que tenha uma funcionária fantasma em seu gabinete. Ele também disse que não há irregularidades no seu patrimônio e de sua família.
Em entrevista para a Rede TV na noite desta sexta-feira (12), o deputado afirmou que Walderice Conceição tem como função fazer a filtragem de demandas na região da Costa Verde, litoral do Rio.
O jornal ‘Folha de S.Paulo’ mostrou nesta quinta (11) que Bolsonaro usa verba da Câmara para empregar uma vizinha dele em um distrito a 50 km do centro de Angra Dos Reis (RJ).
A servidora trabalha em um comércio de açaí na mesma rua onde fica a casa de veraneio do deputado, na Vila Histórica de Mambucaba.
A reportagem da Folha de S.Paulo esteve no local e colheu quatro depoimentos gravados de moradores do distrito confirmando que Walderice tem uma loja de açaí, cujo nome é “Wal Açaí”.
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Bolsonaro disse que a loja é da irmã de Walderice, que se chama Luciana, mas que ganhou o nome de “Wal” por sua secretária parlamentar ser uma “líder comunitária”.
“É hilariante. Eles [Folha de S.Paulo] tiraram a foto de uma porta só, de uma vila paupérrima, da casa do açaí. Eu busquei o endereço do local e vi que a casinha do açaí é da irmã da minha funcionária. Onde que a Folha que se precipitou? Se tivesse um pouquinho mais de paciência, talvez nem teria saído a matéria. Está escrito lá “AÇAÍ DA WAL”, e Wal é o nome da minha funcionária, Walderice, e por que Wal? Porque a Wal é uma líder comunitária”, disse Bolsonaro.
Segundo moradores da região ouvidos, o marido dela, Edenilson, presta serviços de caseiro para o deputado.
O presidenciável também foi questionado sobre a evolução patrimonial dele e de sua família. O jornal Folha de S.Paulo ainda mostrou na semana passada que ele e os três filhos que exercem mandato acumulam 13 imóveis com valor de mercado de ao menos R$ 15 milhões.
Bolsonaro usou um parecer do Ministério Público para dizer que não há nada de errado com seus imóveis. Após ouvir Bolsonaro, a Procuradoria arquivou uma denúncia anônima que questionava o valor declarado de duas casas do deputado na Barra da Tijuca.
Bolsonaro foi questionado ainda sobre a entrevista concedida à Folha de S.Paulo nesta quinta em que disse, entre outras coisas, que usou seu auxílio-moradia para “comer gente”.
Nesta sexta, afirmou ter errado “ao entrar na pilha deles [repórteres da Folha de S.Paulo] nessa resposta”, mas defendeu que os “jornalistas mereciam algo mais violento”.