O ano de 2017 registrou um número 32% mais baixo em relação a 2012
O Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas (Detran/AL), por meio da chefia de segurança no trânsito, identificou a partir de um estudo realizado por técnicos da área, que a capital alagoana é a primeira cidade brasileira a alcançar e ultrapassar a redução de mortes no trânsito em 50%. A meta, estabelecida pela Organização de Nações Unidas (ONU) na Década de Ações para a Segurança no Trânsito (2011-2020), foi atingida com quatro anos de antecedência em Alagoas.
De acordo com o chefe de segurança de trânsito da autarquia, Antonio Monteiro, a equipe de técnicos responsáveis pelo estudo obteve o resultado de 74,5% na redução de mortos, através de dados fornecidos pelo Instituto Médico Legal (IML), que apresenta, conforme o gráfico, o número de vítimas fatais registradas nos últimos seis anos. Pode-se observar que nos últimos três anos o índice foi reduzindo cada vez mais. Em 2015, foram registradas 115 mortes, em 2016 foram registradas 91 e em 2017 o gráfico aponta 70 óbitos por acidentes de trânsito.
O número de atendimentos a vítimas de acidentes também caiu consideravelmente a partir de 2012 (ano de implantação da Lei Seca em Maceió). O ano de 2017 registrou um número de 32% mais baixo em relação a 2012 e ao longo desse tempo, soma-se mais de 1.600 vítimas contabilizadas a menos em relação ao que representaria a tendência de manutenção ou aumento do número se nenhuma ação tivesse sido promovida.
A implantação da operação Lei Seca, em junho de 2012 em Alagoas, tem sido responsável por combater um dos principais fatores de risco para acidentes e lesões no trânsito: a associação do consumo de álcool com a condução de veículos automotores.
Nesses seis anos de atuação, a Lei Seca foi fundamental para a mudança de comportamento nas pessoas que passaram a perceber a vigilância do poder público e a desenvolver a noção de que não se deve beber e dirigir, seja pelo medo da multa e de responder por um crime de trânsito, ou seja por uma conscientização legítima acerca do tema.
Em 2013, a cada 11 testes de etilômetro realizados em 1 era constatada a embriaguez ao volante. Em 2017 essa proporção subiu para 19.
De acordo com o chefe de segurança de trânsito do Detran/AL, Antônio Monteiro, alguns fatores tiveram uma contribuição muito importante para essa comemorável redução de mortes na capital alagoana. O levantamento de estatísticas de acidentes de trânsito a partir de 2010 foi fundamental para entender o problema. A partir daí foi realizado o planejamento de segurança viária e da educação para o trânsito com base em estudos de acidentes.
“A intensificação da fiscalização, a definição de foco de políticas públicas nos acidentes com motos, que consiste em cerca de 40% das mortes no trânsito em Alagoas, e o Plano de Segurança Viária para Motociclistas (PSVM), que foi implantado como projeto-piloto em Arapiraca e contribuiu para a redução de 32% no número de mortes no Estado e indiretamente para os números de Maceió foram fatores essenciais” esclareceu Antonio.
No que diz respeito às campanhas educativas, é importante ressaltar que os órgãos de trânsito trabalham permanentemente com atividades, especialmente nos períodos festivos, de férias escolares, no Maio Amarelo (mês de atenção à vida) e na Semana Nacional do Trânsito (em setembro). O Detran/AL tem investido esforços na melhoria da formação de condutores com a implantação do projeto Aulão, com a fiscalização dos Centros de Formação de Condutores (CFC) e com ações junto as escolas das redes pública e privada.
O gerente de serviços de estudos de acidentes e infrações do Detran/AL, Renan Silva, enfatizou que a busca por menores índices de acidentes tem que ser permanente e eficaz, com a integração de todos os órgãos de trânsito e maior consciência da população.
“Devemos reconhecer a importância das pessoas na configuração desse cenário de redução de mortes no trânsito, já que os condutores de veículos são os mais importantes agentes de transformação da triste realidade que muitos países pelo mundo enfrentam, em que 1,3 milhões de vidas humanas são perdidas e outras 50 milhões ficam seriamente comprometidas em ocorrências que poderiam ser evitadas”, concluiu Renan.
O Detran de Alagoas reforça que essa é uma vitória da sociedade alagoana, pois, todos contribuíram e todos ganharam. Além dos resultados mais importantes relacionados às vidas humanas, também podemos comemorar uma economia para o estado e a sociedade na ordem de R$ 100 milhões nesses seis anos com a redução dos acidentes.