Maria Cecília Pinto Gonçalves definitivamente entrou para a história do Vasco. A juíza da 52ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio, além de anular os votos da urna 7 e, com isso, dar a vitória à chapa de Julio Brant, determinou que o clube deverá ser administrado por três gestores, rivais na briga pelo poder, até a definição do novo presidente. Uma decisão que gerou surpresa a todos, situação e oposição.
O tiro saiu pela culatra de Eurico Miranda, que pretendia ter a caneta nas mãos por mais tempo e acabou tendo de dividí-la com outros dois. Nem o fato de o diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, ter entrado no circuito, surtiu efeito. Procurado, ele não se manifestou.
Já os outros dois escolhidos afirmaram que irão respeitar a decisão judicial. A expectativa fica por conta do que farão em seguida. Fernando Horta cogita se encontrar com Eurico e Julio Brant nesta quarta-feira.
– Não sei qual foi o critério usado pela juíza para colocar o Brant, ele ainda não é nada do clube, precisa ser eleito no Conselho – alfinetou o grande benemérito: – Eu sou o vice-presidente geral e estou licenciado. Vamos sentar, conversar, quem não pode sofrer é o Vasco.
Favorito a vencer a eleição na próxima sexta-feira, Julio Brant admitiu que ainda considera a possibilidade de ir a São Januário, mas está receoso:
– Estamos avaliando a ida em São Januário para não tumultuar o já tumultuado ambiente do clube. Decisão judicial tem que ser respeitada. Temos que trazer o máximo de estabilidade no clube neste momento.
Surpresa para advogados
Até mesmo os advogados envolvidos diretamente no imbroglio político do Vasco admitem: essa solução da juíza do Tribunal de Justiça não era esperada. Renato Britto ressaltou que foi uma decisão justa, no seu entendimento.
– Essa decisão surgiu de um pedido do Vasco de prorrogação do mandato do Eurico. Surpreendeu, mas pareceu justa, porque engloba os três candidatos e envolvidos na ação explicou.
João Basílio, que também advoga para a oposição, também reconheceu o ineditismo. Espera-se que a juíza retifique o trecho em que determina que os conselheiros sejam empossados na segunda-feira e coloque a posse para a reunião da sexta-feira. Os desdobramentos dessa decisão devem ser os últimos da longa novela judicial.
– Acho muito difícil que o Vasco encontre outra esfera para tentar reverter a decisão da urna 7. Caber mesmo, não cabe – afirmou Britto.