Nem todas as vítimas do policial tinham passagem pela polícia.
Um policial militar, que pediu licença da corporação em 2012 por problemas de ‘sanidade mental’, é acusado de ser um assassino em série na pacata cidade de Tamarana, com apenas seis mil habitantes, a 58 km de Londrina. Ele foi preso na semana passada pela Delegacia de Homicídios e seria autor de 14 assassinatos e oito tentativas nos últimos meses.
O delegado Ricardo Jorge, da Delegacia de Homicídios, disse que as investigações começaram depois de um crescimento inacreditável nos assassinatos na cidade. “Seis mil habitantes e dois homicídios por mês. A cidade sabia que era este policial militar afastado, mas poucas provas haviam, porque tinham medo de depor. Ainda assim, algumas testemunhas passaram a nos procurar e iniciamos as investigações”, descreveu.
De acordo com o delegado, inicialmente eram três casos, mas o número foi aumentando. “Eram várias vítimas, 22 no total, sendo 14 mortes e oito tentativas”, descreveu o delegado, contanto que o policial usava um rifle de caça com silenciador para matar as vítimas, muitas por motivos fúteis. “A defesa alega que ele se julga um justiceiro, mas isso não tem nexo, porque há vítimas sem passagens pela polícia, mortas porque passaram na frente dele”, contou.
O policial pediu licença da corporação após ser vítima de uma tentativa de homicídio em 2012 e, desde então, passou a fazer o terror na cidade de Tamarana. “As pessoas realmente têm muito medo. Há casos de pai e filho mortos, um adolescente de 14 anos apenas para ele testar a arma”, disse.
Prisão
Em outubro de 2017, foi feita a prisão do policial por envolvimento em três casos de assassinatos, após confronto balistíco. “Fizemos a prisão de um comparsa, que fez uma delação premiada e conseguimos a apreensão das armas. Mesmo assim, o policial conseguiu um habeas corpus e foi solto no dia 31 de dezembro, voltando para a cidade e deixando todos em pânico”, relatou.
Porém, na semana passada as investigações avançaram e um novo pedido de prisão foi aceito pela Justiça. “No começo de janeiro aconteceu um trabalho intensificado, foi pedida mais uma prisão temporária por outro caso e foi proferida. Agora ele está preso e esperamos que fique assim”, salientou.
O policial afastado está detido no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar em Curitiba, onde aguarda os próximos passos do inquérito policial.