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Pacientes denunciam desabastecimento de medicamentos para o tratamento de Lúpus

Defensoria Pública

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A Defensoria Pública do Estado oficiará às secretarias de Saúde do Município de Maceió e do Estado de Alagoas solicitando informações e soluções para o desabastecimento de medicamentos e a dificuldade na marcação de exames para pessoas que tem Lúpus.
A emissão do ofício acontece após reunião ocorrida nesta quarta-feira, 31, quando representantes do Grupo de Apoio às Pessoas com Lúpus (GAP Lúpus), que conta com aproximadamente 90 membros, vieram à Defensoria Pública, denunciar a constante situação de desabastecimento dos medicamentos utilizados para o tratamento da doença na Farmácia do Estado.
Segundo o grupo, um dos fármacos, a Hidroxicloquina, está em falta há mais de seis meses. Cada caixa do medicamento custa, em média, R$ 100. Alguns pacientes utilizam até três caixas por mês. Os pacientes também enfrentam dificuldade para adquirir os medicamentos Azatioprina, Calcitriol, Prednizona e Actenol.
Além disso, a demora na marcação dos exames exigidos para obtenção dos medicamentos e a falta de um hospital de referência provoca atraso no diagnóstico e tratamento da doença.
“Para recebermos os medicamentos na farmácia do Estado temos que apresentar uma série de exames, a cada três meses. É uma tarefa muito difícil pois, a maioria de nós, depende do SUS e os exames são marcados através do Cora. Para piorar, a farmácia só nos dá medicação suficiente para um mês. Vivemos em uma eterna peregrinação entre postos, clínicas e a farmácia”, conta a presidente do GAP, Milene Barbosa Vilela.
O desabastecimento prejudica a saúde e a qualidade de vida dos pacientes e pode levar a complicações severas e até a morte.
Sem acesso ao tratamento adequado, a paciente Maria José Farias, de 70 anos, conta que vem sofrendo com problemas de pele, tonturas, quedas e diversos outros sintomas provocados pelo Lúpus. “Recebi o diagnóstico de lúpus há mais de 20 anos e tento fazer o tratamento correto, mas a constante falta dos remédios me impede de fazer isso”, conta.
“Quando estou sem os medicamentos é uma agonia diária, os sintomas não me deixam dormir. Já desisti de tentar os exames pelo SUS, estou arcando do meu bolso, são quase R$ 200 para os exames, além d os remédios também serem caros. As dificuldades têm feito muitos de nós desistirmos do tratamento e tem levado pessoas à morte”, desabafa.