Um dos suspeitos queria ficar com o carro para trabalhar como motorista por aplicativo
Os assassinos do motorista por aplicativo José Walmir da Silva Calado, que morreu na última sexta-feira (2) após quatro dias internados no Hospital Geral do Estado, teriam se passado por passageiros para roubar o veículo. Quem disse isso foi o investigador da Polícia Civil (PC-AL) que participou do caso em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, 06.
De acordo com o agente, que prefere não se identificar, os três suspeitos presos hoje confessaram participação no crime e deram detalhes de como tudo aconteceu. O primeiro a ser preso, Carlos Eduardo Alves da Silva, foi apontado pelos outros como autor intelectual do crime e quem teria ordenado a morte de José Walmir, diretamente. Ele nega.
Ainda segundo o investigador, Djailton da Silva Domingos, conhecido como “Itu”, disse que ele e um quarto envolvido – que está foragido e foi identificado como “Colombiano”- , teriam se passado por clientes de uma empresa de transporte por aplicativo. Já dentro do carro, anunciaram o assalto e obrigaram a vítima a dirigir até a cidade de Marechal Deodoro, na Região Metropolitana da Capital, onde ele seria abandonado. “José Walmir foi escolhido aleatoriamente. Poderia ter sido qualquer outro motorista”, disso o investigador.
Chegando lá, Carlos Eduardo, que acompanhou toda a ação de perto, teria “mudado de ideia” e ordenado a morte de José Walmir. “O Djailton disse que quando chegaram no local onde a vítima seria abandonada, Carlos Eduardo, teria mudado de ideia e ordenado a morte, com a desculpa de que ficaria com o carro para circular como motorista de aplicativos. Mesmo não sendo o combinado e, segundo ele, não concordando, Colombiano atirou no rapaz”, disse o investigador.
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Com a repercussão do caso, dias depois, o trio teria decidido vender o carro. O veículo foi entregue a José Pedro Tenório de Albuquerque, que teria revendido o carro pelo valor de R$ 2 mil, que teria sido repartido entre os quatro.
Questionado a respeito dos antecedentes dos envolvidos, o agente explicou que todos têm antecedentes criminais e envolvimento com o tráfico de drogas, e que, Djailton, inclusive, trabalharia para um traficante conhecido como “Tiririca”, que está no sistema prisional.
Prisões
Segundo o agente, um trabalho de investigação levou até o nome de Carlos Eduardo. Na noite de ontem (05) uma perseguição culminou com sua prisão no bairro da Serraria. Eles dirigia um carro Astra, com placa fria. Ao ser abordado, ele teria negado saber o motivo da interceptação, mas logo depois colaborou dando os nomes dos outros envolvidos e suas localizações.
Djailton e José Pedro foram presos no bairro do Clima Bom, em Maceió, e em Marechal Deodoro, respectivamente. Djailton reagiu a ação policial, e no revide acabou sendo ferido sem gravidade, com um tiro nas nádegas.
Os três foram levados para a Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas, onde prestam depoimentos.
Estiveram presentes na Coletiva também, o major Coutinho, comandante do 8º BPM, que participou das buscas ao motorista e o veículo e o secretário Executivo de Gestão Interna de Segurança Pública, Manoel Acácio Júnior.