A cura foi “repentina, instantânea, completa, duradoura e inexplicada no atual estado de nossos conhecimentos científicos”, segundo o Monsenhor Jacques Benoît-Gonnin em um comunicado divulgado pela igreja.
Bernadette Moriau nasceu em 1939 e entrou aos 19 anos para o convento em uma congregração de franciscanas na França, tornando-se enfermeira em 1965. Em 1966, aos 27 anos, ela começou sentir dores na coluna lombar e no nervo ciático. A freira passou por quatro operações sem sucesso. Ela foi obrigada a deixar a profissão e se movimentava com a ajuda de aparelhos.
Em julho de 2008, a irmã Moriau participou da peregrinação de sua diocese em Lourdes e recebeu a bênção dos enfermos. Ao voltar para o convento na Picardia, onde mora, Bernadette sentiu uma sensação “diferente” de relaxamento e calor em todo o corpo, “e ouviu uma voz pedindo para que ela retirasse todos os seus aparelhos”.
A irmã Moriau decidiu então interromper todos os seus tratamentos. Vários exames médicos, consultas e reuniões de religiosos em Lourdes levaram o departamento da igreja que analisa esse tipo de caso a afirmar que a cura não tinha explicação científica.
“Advogado do diabo”
Em novembro de 2016 em Lourdes, durante uma reunião anual, o comitê médico internacional de Lourdes confirmou o milagre. Atualmente, a freira leva uma vida normal e tem uma saúde perfeita, segundo o médico Alessandro de Franciscis, presidente do comitê.
De acordo com ele, que se descreve como “o advogado do diabo”, seu trabalho é buscar pistas no dossiê dos doentes que possam descartar a cura milagrosa. Um trabalho longo e rígido, diz, que explica porque das 7200 curas registradas em Lourdes, apenas 69 foram reconhecidas como milagre.