O arcebispo da Igreja Católica Apostólica Romana, em Maceió, Dom Antônio Muniz, responsabilizou a ausência do governo e de investimentos em políticas públicas para o combate a violência que diariamente faz várias vítimas fatais no Brasil, em especial em Maceió, onde segundo ele, “as estatísticas onde apresentam os números de mortes violentas são considerados mundialmente como assustadores e isso motivou a CNBB a discutir o tema na Campanha da Fraternidade 2018 a começar pela capital de Alagoas”.
Dom Muniz – que conversou com nossa equipe de reportagem do Alagoas24horas durante o retiro de carnaval organizado pela Arquidiocese de Maceió no santuário Virgem dos Pobres, no bairro da Mangabeiras – fez referência ao tema que todos os anos é sugerido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil durante a Quaresma, período de 40 dias de penitência para os fiéis cristãos que rememoram os últimos momentos do seu messias, Jesus Cristo. Segundo ele, as maiores vítimas que são fatalmente mortas pela violência contra a vida são jovens e negros, moradores das periferias das grandes cidades e que a violência não é uma ação isolada, mas de contexto nacional.
“É a juventude negra, afrodescente que esta sistematicamente morrendo e o quadro se repete em todas as cidades. E isso se da pela ausência do governo e da falta de políticas públicas que combatam essa violência, somando a falta da família, juntamente com os problemas sociais como habitação, desemprego, drogas, corrupção e uma série de fatores que geram essas mortes violentas”, disparou Dom Antônio.
Segundo ele, há dez anos que a Arquidiocese vem denunciando, lutando e refletindo os casos de violência ocorridos em Alagoas com as missas da Paz, que são realizadas mensalmente na Catedral de Maceió, Centro da cidade. “A partir deste ano, nós além de capturar as informações sobre a vítima, iremos também pegar o nome completo e uma fotografia dos jovens que estão morrendo”, destacou.
Para Dom Muniz a coleta dessas informações são importantes, inclusive, para o auxílio nos trabalhos de organismos internacionais que estudam de perto a problemática. “No próximo dia 20, nós teremos um encontro com a ONU e Unesco para discutir esse tema juntamente com a segurança pública, para entendermos o que estaria levando a essas mortes violentas”, assegurou.