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Emery rompe com brasileiros do PSG, mas Neymar evita agravar atrito

Charles Platiau / Reuters

Charles Platiau / Reuters

Unai Emery resolveu bater de frente com os jogadores brasileiros do Paris Saint-Germain. O treinador gerou irritação ao tirar os capitães Thiago Silva e Thiago Motta do duelo contra o Real Madrid, pelas oitavas de final da Liga dos Campeões, e colocou a pá de cal em um relacionamento já desgastado. O atrito é acompanhado de longe por Neymar, com receio de aumentar uma crise de bastidor.

Unai está cansado com o que julga de abuso de comando dos brasileiros. As ausências do zagueiro e do volante foram encaradas pelos jogadores como uma forma de mostrar o poder sobre o elenco.

As escolhas de Unai geraram perplexidade no grupo. Thiago Motta, já recuperado de lesão na perna esquerda, sequer foi relacionado. Já Thiago Silva foi avisado pelo treinador sobre a ausência poucas horas antes do confronto.

“Tocar” no capitão Thiago Silva foi a gota d’água para a crise de relacionamento se instaurar. O zagueiro avisou os brasileiros sobre a ausência ainda na concentração. Irritado, se negou até a realizar o aquecimento com o grupo no gramado do Santiago Bernabéu minutos antes do jogo.

Unai justificou a ausência de Thiago Motta com debilidade física. Já a escolha de Thiago Silva no banco de reservas foi apontada como decisão tática. Na defesa, o francês Kimpembe foi o escolhido. No meio-campo, a vaga foi herdada pelo argentino Giovani Lo Celso, autor do pênalti que rendeu um gol para o Real Madrid.

O grupo de brasileiros do PSG aprecia o trabalho tático de Unai Emery. Os treinamentos com Daniel Alves no meio-campo e o conhecimento dos adversários são pontos destacáveis. O incomodo é com o que chamam de “gestão humana”, pelo excesso de rodízio no time titular, e a falta de comunicação com os jogadores.

Postura de Neymar

Neymar acompanha a crise de relacionamento de Unai Emery com os brasileiros do PSG sem manifestações. A postura é julgada como compreensiva pelos compatriotas para evitar o agravamento da situação. A avaliação dos amigos também foi a de que o atacante ficou extremamente exposto durante o período de atrito com Edinson Cavani -os jogadores brigaram por direito de cobrar pênaltis no time.

O atacante brasileiro tem problemas antigos com o treinador. A demora na decisão para eleger o cobrador de pênaltis e os vídeos de correção de posicionamento considerados cansativos já foram atritos contornados. No entanto, nada irritou mais do que a falta de oportunidades ao amigo Lucas Moura -vendido recentemente ao Tottenham.

“Foi injusto o que aconteceu com Lucas Moura aqui. Tem muita qualidade e deveria ser mais aproveitado”, disse o atacante. “Só que não sou o dono do time, não sou o dono do PSG”, finalizou deixando claro não ter ação nos bastidores.

Ao final do duelo contra o Real Madrid, Neymar também adotou a mesma postura ao se negar a comentar sobre as escolhas de Unai Emery para a partida. “Não quero comentar. Ele é o treinador, o comandante, e decide o que faz com a equipe”, destacou em entrevista ao canal Esporte Interativo.