O paciente que recebeu o fígado da youtuber Isabelly Cristina Santos, que foi morta com um tiro na cabeça no litoral do Paraná, não respondeu bem ao transplante, que é considerado pelo hospital como sendo de alta complexidade, e morreu.
O transplante foi realizado no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, na quinta-feira (15).
O índice de mortalidade de transplantados de fígado na instituição é de 20 a 30%, segundo os médicos. O resultado está dentro dos parâmetros diante da complexidade do procedimento, ainda conforme o hospital.
Além do fígado, a mãe de Isabelly também autorizou a doação dos rins e do pâncreas da adolescente, que tinha 14 anos.
“O hospital e sua equipe médica lamentam o óbito e se solidarizam com a famíllia neste momento difícil”, informou o boletim de ocorrência sobre a morte do paciente.
A youtuber foi baleada por volta das 2h da quarta-feira (14), entre os balneários Ipanema e Praia de Leste. Ela foi atingida um pouco acima do olho esquerdo.
A adolescente estava no banco de trás de um veículo branco, junto com a mãe. Na frente, segundo a Polícia Civil, estavam um amigo e o pai do amigo, Herbert Luiz de Félix, que dirigia o veículo.
Em depoimento à polícia, ele disse que foi fechado por um carro pouco antes do crime – o motorista contou que o carro dos irmãos estava na pista da esquerda e que deu sinal que viraria à direita. Segundo ele, os dois carros transitavam em baixa velocidade.
Félix relatou ainda que, logo após a fechada, o carro parou a cerca de 60 metros e que um dos ocupantes do veículo, sem descer, efetuou três disparos contra o carro onde estava Isabelly.
A rodovia onde ocorreu o crime tem pista simples. Na região, é permitido parar na via para virar à esquerda. Por isso, os carros que vêm atrás ultrapassam pela direita.
O que dizem os suspeitos
Segundo Everton, que confessou à Polícia Civil ter feito os disparos, ele e o irmão Cleverson tinham saído do balneário de Santa Terezinha e entraram à esquerda no sentido da casa deles, que fica no balneário Canoas. Os dois estão presos preventivamente.
Everton disse que no veículo havia sete pessoas além dele, sendo que três são crianças. “O meu instinto foi de defesa. Simplesmente atirei pra cima, eu não mirei em algum lugar, nem nada.”
Cleverson contou a mesma versão do irmão. “Eu não tenho nem como pedir perdão porque não vão perdoar nunca a gente. Eu estou sentindo na pela isso. Eu tenho três filhos”, argumentou.
Reconstituição do crime
A delegada Vanessa Alice marcou nesta segunda-feira (19) o novo interrogatório dos suspeitos Everton e Clerverson Vargas para quarta-feira (21) na Delegacia de Matinhos, no litoral do Paraná.
Também foi marcada pela delegada para quinta-feira (22), às 7h, a reconstituição do crime na PR-412, entre os balneários Ipanema e Praia de Leste, em Pontal do Paraná, também no litoral do estado.