Agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro prenderam, na manhã desta sexta-feira (23), o presidente da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), Orlando Diniz. A ação faz parte de um desdobramento da Operação Lava Jato. Outras três pessoas são alvos de mandados de prisão. A ação é mais um desdobramento da operação Calicute, uma das fases da Lava Jato no Rio de Janeiro.
Além de presidente Fecomércio-RJ, Diniz também é presidente afastado do Sesc-Rio. Ele foi afastado do comando do Sesc em dezembro pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por suspeita de irregularidades no comando dessa entidade.
Os investigadores apuram indícios de que Diniz usou o esquema de lavagem montado pela organização criminosa de Sérgio Cabral para esquentar recursos ilícitos. O MPF também descobriu que a organização criminosa mantinha sete funcionários fantasmas no “Sistema S”, que eram pessoas e parentes ligados a membros da quadrilha.
A Fecomércio também era contratante do escritório de advocacia da ex-primeira dama. A suspeita é a de que Cabral tomava medidas para ajudar a entidade de classe do comércio. A Lava Jato tem indícios de que, mesmo afastado do “Sistema S”, Orlando usava sua influência para atrapalhar a gestão do atual interventor. Os principais alvos estão relacionados à federação.
Os envolvidos são acusados dos crimes de lavagem de dinheiro, de corrupção e pertencimento a organização criminosa.
Os agentes da Polícia Federal só conseguiram entrar no prédio onde Diniz mora, no Leblon, Zona Sul do Rio, por volta das 6h20, pois não havia ninguém na portaria. Além dos quatro mandados de prisão, há mandados de busca e apreensão.
Um dos locais onde os agentes fazem buscas é a sede do sistema Fecomércio, na Rua Marquês de Abrantes, no Flamengo, na Zona Sul do Rio.