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Escola estadual de Arapiraca tem projeto selecionado para maior feira científica do país

Valdir Rocha

Aluno Gabriel Soares e a professora Nadja Souza, da Escola Estadual Izaura Antônia de Lisboa, em Arapiraca, tiveram ideia sustentável que levará Alagoas para maior feira científica do país

O aluno Gabriel Soares e a professora Nadja Souza, da Escola Estadual Izaura Antônia de Lisboa, em Arapiraca, tiveram uma ideia sustentável e econômica: criar um suplemento de baixo custo de produção para alimentar aves de corte. A ideia dos dois surgiu ao observarem a cidade e o ambiente escolar.

Resultado. O projeto deu tão certo que vai representar a rede estadual de Alagoas na Feira de Ciências e Engenharia da Universidade de São Paulo (Febrace/USP), maior mostra brasileira de projetos pré-universitários em ciências e engenharia e  principal vitrine de jovens pesquisadores do país.

O evento, que acontece de 13 a 15 de março na Tenda de Eventos Poli da USP, em São Paulo, teve mais de dois mil projetos inscritos,  dos quais 346  foram selecionados. Alagoas teve quatro trabalhos finalistas: além do projeto da Escola Izaura Antônia de Lisboa, o Estado será representado pelo Instituto Federal de Alagoas (Ifal), que leva três pesquisas.

O projeto

 Misturando dois ingredientes considerados como “lixo”, Gabriel e Nadja criaram um suplemento alimentício natural para aves de corte engordarem de forma saudável.  E foi observando os mercados e feiras livres da região que o desperdício do caroço de jaca chamou atenção de ambos. O projeto elaborado pela dupla mistura as sementes da fruta com uma erva daninha chamada beldroega para criar o suplemento alimentício para as aves.

“Além de evitar o desperdício dos caroços de jacas, que acontece muito nas feiras livres, quisemos resgatar o cultivo da erva daninha beldroega. Ela é rica em muitos nutrientes, mas pouco valorizada pela sociedade. Por ser totalmente natural, nosso suplemento tem todos os ingredientes que aves de corte necessitam, tornando-se mais saudáveis para o consumo humano”, explica Gabriel.

 

Escola pioneira 

Para o estudante, participar de uma feira como a Febrace  é, ao mesmo tempo, um privilégio e uma responsabilidade, pois inspira outros alunos a seguirem o caminho da iniciação científica. “Desde que comecei a participar destes projetos, minha visão como aluno mudou. É uma honra representar Alagoas na Febrace, pois, a partir dela, novos caminhos podem se abrir”, disse.

A Escola Izaura Antônia de Lisboa foi a primeira escola estadual de ensino integral de Arapiraca e é destaque pelos seus projetos  de iniciação científica. A professora Nadja Souza, que ministra as disciplinas de Química e Biologia, acredita que a introdução à pesquisa  pode mudar a vida dos alunos.

“Participar de projetos de iniciação científica melhora o desempenho dos alunos em todas áreas, é preciso estudar muito para executar um trabalho como este. Por exemplo, para fazer uma pesquisa, eles precisam ler muito e redigir relatórios, o que vai auxiliar muito no ingresso no ensino superior. Tenho alunos meus, hoje formados, que me relataram que a participação nos projetos de pesquisa os ajudou na hora de redigir e apresentar seus trabalhos de conclusão de curso”, conta Nadja.