Afirmação teria sido feita durante um encontro do pontífice com Eugenio Scalfari, que se declara ateu e que é um dos fundadores do 'La Reppublica'
O papa Francisco afirmou que, ao contrário do que acredita historicamente a Igreja Católica , “o inferno não existe”. Isso é o que afirma uma entrevista publicada nesta quinta-feira (29) pelo jornal La Reppublica , um dos principais veículos da imprensa italiana.
Contrariando a publicação polêmica, o Vaticano – sede da Igreja Católica – desmente a afirmação e soltou até uma nota oficial em que repudia a credibilidade sobre o que diz o jornal na entrevista publicada. Segundo o comunicado, o papa Francisco não chegou a dar entrevista ao veículo.
No jornal, porém, as aspas são claras. “O inferno não existe, o desaparecimento das almas dos pecadores existe”, teria dito o pontífice a Eugenio Scalfari, 93 anos, fundador e ex-editor-chefe do jornal. Além de ser considerado referência no jornalismo italiano, Scalfari se declara ateu publicamente.
Esse artigo só pode ser lido na internet por assinantes do La Reppublica , mas foi repercutido pela publicação britânica The Times .
Vaticano desmente polêmica sobre o papa Francisco
Frente à declaração polêmica, que contradiz os ensinamentos da Igreja, o Vaticano afirmou que a conversa entre o pontífice e o fundador do jornal italiano ocorreu durante um encontro privado entre os dois, sendo que “nenhuma aspa” do artigo deve ser considerada como uma transcrição fiel das palavras do líder religioso.
Tal encontro teria acontecido em razão da Páscoa, mas não foi declarado como uma entrevista formal. Por isso, o Vaticano garante que o que foi ao ar na entrevista é uma “reconstrução” do repórter sobre as falas do pontífice.
Leia a nota completa do Vaticano:
“O papa Francisco recebeu recentemente o fundador do jornal ‘La Repubblica’ em uma reunião privada por ocasião da Páscoa, sem lhe dar nenhuma entrevista. O que é relatado pelo autor no artigo de hoje é o resultado de sua reconstrução, em que as palavras textuais pronunciadas pelo papa não são citadas. Nenhuma aspa do artigo mencionado deve ser considerada, portanto, como uma transcrição fiel das palavras do Santo Padre.”