O deputado federal afastado Paulo Maluf (PP-SP) chegou à cidade de São Paulo no início da tarde desta sexta-feira (30) após deixar o hospital Home, em Brasília, por volta das 11h40. Segundo laudo médico, o quadro de saúde dele é “estável” e, por isso, ele foi transportado ainda nesta sexta para São Paulo em uma UTI aérea – um jatinho adaptado e com equipe médica.
Maluf pousou no Aeroporto de Congonhas por volta de 13h37. O deputado federal foi colocado em uma van. Em seguida, Maluf foi colocado em um carro preto que o levaria para sua casa na região dos Jardins. O deputado chegou em casa por volta de 14h13.
Maluf estava internado desde a última quarta-feira (28) após sentir “fortes dores” na lombar. Apesar da transferência, o hospital recomenda que ele dê continuidade ao tratamento e faça novos exames na capital paulista.
O parlamentar deixa o Complexo Penitenciário da Papuda, onde estava preso desde 22 de dezembro do ano passado, para cumprir prisão domiciliar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após a internação.
No despacho da decisão, o ministro Dias Toffoli afirma que documentos apresentados pela defesa de Maluf demonstram que o deputado, aos 86 anos, “passa por graves problemas relacionados à sua saúde no cárcere, em face de inúmeras e graves patologias que o afligem”. As informações são do blog da jornalista Andréia Sadi.
Ele foi condenado pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pena de 7 anos e 9 meses de prisão por lavagem de dinheiro no período em que foi prefeito de São Paulo – entre 1993 e 1996.
Questionada sobre a possibilidade de utilizar a tornozeleira eletrônica para monitorar a prisão domiciliar de Paulo Maluf, a Secretaria de Segurança do DF informou que essa decisão cabe ao próprio STF. No habeas corpus obtido pelo G1, o dispositivo não é mencionado.
Segundo o Hospital Ortopédico e Medicina Especializada (Home), onde Maluf foi internado, uma ressonância feita na quarta (28) identificou a compressão de nervos na coluna vertebral.
Por conta disso, o deputado recebeu analgésicos “potentes”, anti-inflamatórios e opióides. Ele também foi submetido a uma infiltração com corticoite na base da coluna.
Na madrugada de quinta (29), Maluf “apresentou leve desconforto respiratório” e precisou de oxigênio suplementar, segundo boletim divulgado pelo hospital. No mesmo dia, ele passou por uma punção na coluna e outros exames de controle.
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, chegou a dizer ao G1 que o quadro de saúde do parlamentar era “grave, com constante e diário comprometimento, inclusive com permanente risco de óbito”.
De acordo com a defesa, Maluf tem problemas cardíacos e ortopédicos, além de câncer de próstata e diabetes.
Em 9 de março, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Jorge Mussi negou um pedido de prisão domiciliar apresentado pela defesa de Maluf.
Ao negar o pedido, Mussi afirmou que, até então, as informações da Vara de Execuções Penais do DF davam conta de que o parlamentar tinha recebido “assistência médica adequada” na prisão.
Antes disso, outras solicitações semelhantes haviam sido rejeitadas pela Justiça, como a do Tribunal de Justiça do DF, que negou um pedido de liberdade em janeiro. Na ocasião, a defesa argumentou que o sistema penitenciário “desumano e despreparado” não tinha condições de dar segurança a Maluf.