O estudo publicado na revista científica PLOS-ONE, foi levado a cabo pela Universidade de Victoria (Canadá) depois de várias escavações de sedimentos ao longo da costa da ilha de Clavert, na província de Colúmbia Britânica, na costa canadense do Oceano Pacífico.
Com ajuda de datações por carbono, medições e fotografias melhoradas, os especialistas identificaram as pegadas de três pessoas diferentes que, como se supõe, pertenciam a dois adultos e uma criança que caminhavam descalços. As impressões de suas arcadas, dedos dos pés e calcanhares eram claramente visíveis graças às capas de areia, cascalho e argila que as cobriram posteriormente e as ajudaram a preservar.
Pegadas humanas com 13.000 anos encontradas da costa canadense do Pacífico: uma nova evidência de que os homens viviam na costa ocidental do Canadá no final da Era do Gelo
“Como esta ilha apenas estava acessível por embarcação há quase 13.000 anos, isto implica que as pessoas que deixaram as pegadas eram pessoas de mar que utilizavam barcos para se deslocar, se reunir e buscar comida e viver e explorar ilhas”, assegura Duncan McLaren, autor principal do estudo.
As pegadas indicam que os homens já estavam presentes nestas costas quando o mundo emergiu do fim da Era do Gelo. No fim do último máximo glacial, o nível do mar era dois ou três metros mais baixo e, de acordo com os especialistas, os povoadores viajaram então ao longo de uma rota costeira da Ásia até à América do Norte.
“É possível que a costa tenha sido um dos meios pelos quais as pessoas entraram na América nesse momento”, assinala McLaren.
Na época, as geleiras gigantes que subiram sobre o continente provocaram a descida do nível do mar e o aparecimento da Ponte Terrestre de Bering, no atual mar de Bering, que conectaria ambos os continentes, permitindo às pessoas alcançar as regiões costeiras do sul do Canadá.
Atualmente, uma grande parte da costa do Pacífico canadense está coberta por densos bosques que apenas podem ser atingidos de barco, o que dificulta as buscas de evidências pelos arqueológicos em apoio à teoria segundo a qual as pessoas viajaram ao longo da costa.
No entanto, os autores do estudo acham possível que novas escavações podem revelar mais vestígios humanos na região, o que ajudará a restaurar os padrões de assentamento humano antigo na costa ocidental da América do Norte.