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Trinta minutos que fazem a diferença no protocolo de AVC isquêmico

Ascom / Santa Casa de Maceió

Neurocirurgião João Paulo da Matta

O que você faria se alguém próximo, de repente, apresentasse boca torta, dificuldade de falar e andar e, ainda, fraqueza e dormência em um dos lados do corpo? Se respondeu que correria imediatamente para um hospital dotado de uma equipe especializada em acidente vascular cerebral (AVC), então ele tem grandes de chances de sobreviver com menos riscos de sequelas.

Para atender a casos assim, a Santa Casa de Maceió implantou em sua emergência o Protocolo de AVC isquêmico, que vem realizando o acolhimento, diagnóstico e o início do tratamento em, no máximo, 30 minutos após o ingresso na unidade.

No AVC isquêmico, um trombo se forma no vaso pelo acúmulo de coágulo sanguíneo, o que interrompe o fluxo de sangue para o cérebro. Já no AVC hemorrágico ocorre a ruptura do vaso sanguíneo.

“O AVC isquêmico é uma doença tempo-dependente. Isso quer dizer que quanto mais precoce for diagnosticado e, se indicado, for administrado o trombolítico, menores serão os riscos de sequela”, disse o neurocirurgião João Paulo da Matta Silvestre, que integra a equipe de neurologia e neurocirurgia da Santa Casa de Maceió.

Os sintomas relatados na abertura da matéria indicam um paciente com quadro de AVC isquêmico. Trata-se do AVC mais comum na população, sendo responsável por 80% dos casos.

“É justamente o risco destas sequelas que buscamos reduzir ao implantarmos na Santa Casa de Maceió o Protocolo de AVC. A sociedade deve compreender que o AVC é uma doença muito grave e, portanto, deve ser tratada sempre em uma instituição que tenha suporte adequado para atendimento rápido e tratamento completo”, complementou o neurocirurgião João Paulo.

Com residência médica no Hospital das Clínicas da UFMG em Belo Horizonte, o especialista afirma que a expertise do hospital alagoano em áreas de alta complexidade, no campo da Neurocirurgia, está à altura da Medicina praticada nos melhores centros do País. Ele destacou a qualificação dos profissionais, o parque tecnológico e a infraestrutura hospitalar, os protocolos assistenciais e de segurança do paciente entre outros.

Veja como funciona o protocolo de AVC isquêmico

Ilustração

Ilustração – AVC Isquêmico

Ao ser recebido na unidade de pronto atendimento da Santa Casa de Maceió, o paciente é recebido pelo profissional que faz a triagem dos pacientes e que é responsável pela abertura do Protocolo de AVC Isquêmico.

A partir deste momento, o paciente ganha um status, que o torna prioritário sobre outros casos em atendimento. Levado imediatamente para a Sala de Emergência, a equipe faz a coleta de sangue para análise laboratorial e realiza o eletrocardiograma.

Findo os dois exames, o paciente é conduzido para fazer uma tomografia, onde o neurologista ou neurocirurgião de plantão confirmará ou não a patologia.

Sendo confirmada, o paciente será encaminhado imediatamente à UTI Neurológica, onde um leito fica reservado 24 horas exclusivamente para pacientes com AVC isquêmico encaminhados pelo protocolo.

É neste ambiente, monitorado por uma equipe de plantão qualificada e dotado da mais moderna tecnologia em medicina intensiva, que o paciente recebe o trombolítico, droga que dissolve o coágulo e atua para liberar a passagem normal do fluxo sanguíneo.

“Temos conseguido alcançar a meta de 30 minutos, o que faz a diferença na vida dos pacientes”, comemora o neurocirurgião João Paulo.