Uma entrevista coletiva realizada na sede da Polícia Federal em Maceió, nesta terça-feira (10) forneceu detalhes da Operação Malacafa, que resultou no cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão feitos pela PF na manhã de hoje, sendo 11 no município de Batalha, dois em Jacaré dos Homens e apenas um em Maceió.
Na operação, que é um desdobramento da Operação Sururugate deflagrada no ano passado, a Polícia Federal apura a eventual existência de funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa de Alagoas, ou seja, funcionários que eram registrados, mas não prestavam serviços para a Casa.
Na ação foram apreendidos documentos, mídias e uma quantia de R$ 20 mil em dinheiro na casa de um dos alvos. Uma pessoa foi flagrada com um revólver calibre 12 com cano raspado e acabou presa por porte ilegal de arma.
A PF ainda não possui o número total de pessoas envolvidas no esquema e valores que poderiam ter sido recebidos ilegalmente. De acordo com o delegado Regional de Combate ao Crime Organizado, Agnaldo Mendonça Alves, a PF fez buscas na casa de alguns vereadores. “Ouvimos muitas pessoas e fizemos buscas nas residências de alguns vereadores, mas a PF não pode informar os nomes para que a investigação não seja comprometida”, pontuou.
Em fevereiro deste ano, Baixinho Boiadeiro – filho do vereador assassinado, Adelmo Rodrigues de Melo, o Neguinho Boiadeiro – fez um vídeo denunciando um suposto esquema de funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa. Nas imagens, ele afirma que 17 pessoas receberiam de R$ 12 mil à R$ 17 mil por mês, sem trabalhar e repassariam os recursos ao padrinho político.
O delegado, entretanto, afirmou que não há qualquer tipo de relação entre a denúncia feita por Baixinho e as investigações, que, segundo ele, se iniciaram antes mesmo do vídeo ser publicado.
O próximo passo da investigação será analisar os documentos apreendidos na operação, para que então, o delegado titular do inquérito dê prosseguimento ao caso.