Agora, bombeiros também procuram um homem de 56 anos.
O Corpo de Bombeiros incluiu mais um homem na lista de desaparecidos oficial do prédio que desabou no Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo, na última terça-feira (1º).
O sétimo desaparecido é Francisco Dantas, de 56 anos, que vivia há um mês no oitavo andar do prédio.
A ex-mulher de Francisco Lima procurou a polícia para informar sobre o seu desaparecimento. “Eu falava com ele todos os dias. O dia que eu não falei foi na terça. Ai eu liguei pra ele e ele não atendeu mais.”
Nesta terça-feira (8), não havia mais fumaça saindo dos escombros, que estão sendo retirados e levados para aterros sanitários. As buscas estão concentradas para que os bombeiros cheguem ao segundo subsolo do prédio.
Os outros seis desaparecidos são:
Selma Almeida da Silva, 40;
Welder, 9, filho de Selma;
Wender, 9, filho de Selma;
Eva Barbosa Lima, 42;
Walmir Sousa Santos, 47;
Artur Hector de Paula, 45.
Sete dias após o desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no Centro de São Paulo, muitas dúvidas ainda pairam sobre a pilha de escombros que se formou ao lado do Largo do Paissandu.
Até o momento, os bombeiros confirmam apenas uma morte, de Ricardo Pinheiro, o Tatuagem, cujo corpo foi encontrado na última sexta-feira (4). As buscas por sobreviventes continuam, e muitos dos moradores cadastrados pela Prefeitura não foram localizados após o desabamento.
Entre as lideranças do movimento que coordenava a ocupação, muitas questões permanecem sem resposta, sobretudo o papel de Ananias Pereira dos Santos, apontado como líder da organização (o que ele nega).
Prefeitura, União e Ministério Público também divergem sobre as responsabilidades de cada um quanto ao edifício.
Veja o que se sabe até agora e o que precisa ser explicado:
De quem era o prédio?
O edifício Wilton Paes de Almeida pertencia ao governo federal desde 2002. A Secretaria do Patrimônio da União (SPU) é o órgão responsável por gerir os imóveis de propriedade federal, subordinado ao Ministério do Planejamento.
Projetado em 1961 pelo arquiteto Roger Zmekhol, era considerado um dos prédios comerciais mais luxuosos da época. Foi construído para ser sede da Cia. Comercial Vidros do Brasil (CVB). De estrutura metálica e lajes em concreto, tinha 24 andares e ficava na região do Largo do Paissandu. Foi um dos primeiros da cidade a adotar o estilo “pano de vidro”, que se difundiu nas décadas seguintes em prédios comerciais.
Após passar para as mãos do Estado, em razão de dívidas dos proprietários, foi sede da Polícia Federal e do INSS.
Em 1992, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) havia tombado o prédio.
O edifício foi colocado para leilão em 2015, por R$ 24 milhões, mas ninguém o adquiriu. Em 2017, o imóvel foi cedido para a Prefeitura de São Paulo para a instalação da Secretaria da Educação e Cultura da cidade, segundo o Ministério do Planejamento. No entanto, o processo de transferência não havia sido finalizado.
Desde quando o prédio era ocupado por moradores sem-teto?