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Estudante Matheusa foi ‘julgada’ antes de ser morta por traficantes, diz delegada

De acordo com depoimentos, ela entrou em 'surto' após festa e chegou ao Morro do 18 nua, onde foi executada por traficantes após passar por 'tribunal'. 'Ele tentou se defender', diz delegada.

Reprodução

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A polícia já sabe que a estudante de artes de Uerj Matheusa Passarelli, de 21 anos, foi “julgada” antes de ser morta por traficantes do Morro do 18, em Quintino, na Zona Norte. Ela estava desaparecida havia uma semana e o corpo ainda não foi encontrado. Mas os investigadores já sabem que bandidos a encontraram transtornada e nua na entrada da comunidade, onde foi capturada, ouvida e depois executada.

Matheus Passarelli, chamada de Matheusa por familiares e amigos, chegou ao Morro do 18 após sair de uma festa a dois quilômetros dali, na Rua Cruz e Souza, no Encantado, também na Zona Norte. De acordo com relatos, ela estava em surto, andava tirando a roupa e falando frases desconexas.

“Ele foi levado aos traficantes para tentar explicar ali o porquê da situação e não conseguiu se defender ao ponto de ser liberado. E o mataram sem qualquer justificativa (…) Ele foi julgado, tentou se defender, mas segundo moradores ele continuava falando as frases desconexas. Ele não tinha consciência de que ele estava passando por um ‘tribunal’ e, por essa razão, foi morto”, explicou ao RJTV a delegada Ellen Souto, da Delegacia de Paradeiros.

Matheusa se identificava como não-binário – sem escolha de sexo masculino ou feminino – e era militante da causa LGBT. Em um desabafo nas redes sociais, o irmão dela pediu para que os trabalhos de Matheuss não sejam esquecidos.

“Precisamos cuidar e manter a imagem e a memória da Matheusa”, escreveu o irmão.

Corpo queimado
Os policiais consideram que há “fortes indícios” de que o corpo da estudante tenha sido queimado após a execução por traficantes.

“O corpo do Matheus não foi encontrado. Nós acreditamos que ele tenha sido efetivamente incinerado, mas as investigações prosseguem para saber o que aconteceu dentro da festa, o que motivou esse surto e chegar à autoria do crime”, explicou a delegada.