A Polícia Federal de Alagoas concedeu entrevista coletiva na manhã desta quinta (10) para fornecer detalhes sobre a operação que cumpriu 14 mandados de busca e apreensão na manhã de hoje nas cidades de Canapi, Delmiro Gouveia e Tanque D’arca, no Sertão de Alagoas, além de Maceió e Marechal Deodoro. A ação é um desdobramento da operação ‘Triângulo das Bermudas’, que prendeu Celso Luiz, ex-prefeito de Canapi. A diferença é que na nova ação criminosa, o dinheiro foi movimentado através de pessoas jurídicas, e não pessoas físicas, como descoberto na operação anterior.
Durante a coletiva na sede da PF, os delegados Fábio Morais, Milton Rodrigues e Antônio Carvalho esclareceram detalhes a respeito da operação que teve como foco o município de Canapi. Segundo informações passadas por Carvalho, a empresa Kap Locações recebeu a maior quantia em dinheiro entre as empresas investigadas, atingindo o valor de R$ 4,2 milhões para prestar serviço de transporte escolar no município de Canapi.
O delegado fez ainda uma comparação do valor gasto com transporte escolar entre os prefeitos na cidade de Canapi. As informações dão conta que na gestão do atual prefeito Vinicius Lima, o valor médio gasto com transporte escolar é de 300 mil reais por mês, já durante o mandato do ex-prefeito Genaldo Vieira, eram gastos R$ 1,5 milhão mensais.
Quando questionado sobre as irregularidades, um dos diretores da Kap citou o nome do empresário Rodrigo Alapenha, assassinado com 29 tiros em agosto de 2017 próximo a sua residência, em Delmiro. Alapenha era genro de Lula Cabeleira, ex-prefeito de Delmiro Gouveia.
Ao todo, sete pessoas são investigadas no desdobramento das investigações. Além da Kap Locações, as empresas Sonibraz, Claudia Soares Pedrosa, A3 Comércio e Serviços e Jackson Alves da Silva Junior também receberam quantias em troca de serviços que não foram realizados e produtos que não foram entregues.
A PF pediu a prisão preventiva de todos os suspeitos, mas esta foi rejeitada pelo Poder Judiciário Federal, que arbitrou fianças que variam de R$ 10 mil a 100 mil reais. Os suspeitos têm prazo de 24 horas para efetuar os pagamentos a partir do momento que foram notificados, no início da manhã desta quinta.
Durante a operação, os agentes da Polícia Federal ainda promoveram o seqüestro de bens dos suspeitos, que ficarão à disposição da Justiça.
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