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Dono da Dolly, empresa de refrigerantes, é preso por fraude fiscal em SP

Justiça teria considerado que companhia demitiu funcionários e os recontratou para burlar pagamento ao INSS. Carros de luxo e dois helicópteros foram apreendidos. Laerte Codonho chegou à delegacia mostrando papel com os dizeres "Preso pela Coca-Cola".

Reprodução / GloboNews

Laerte Codonho, dono da empresa de refrigerantes Dolly, chega à delegacia com papel no qual se lê ‘preso pela Coca-Cola’

A Polícia Militar prendeu, na manhã desta quinta-feira (10), o dono da empresa de refrigerantes Dolly, Laerte Codonho, em sua casa na Granja Viana, em Cotia, na Grande São Paulo. As investigações apontam fraude fiscal estruturada, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O dinheiro desviado com a fraude é estimado em R$ 4 bilhões.

Codonho teve a prisão temporária decretada e foi levado ao 77º D.P. (Distrito Policial), onde chegou por volta do meio-dia, segurando um papel com os dizeres: “Preso pela Coca-Cola”.

Ao G1, a Coca-Cola respondeu que “não comenta processos judiciais em que não esteja envolvida”.Ao chegar na delegacia, Codonho afirmou que estaria sendo preso devido a uma perseguição da Coca-Cola e que a empresa que estariam investigando não pertence a ele.

Além do dono da empresa, o ex-contador da Dolly, Rogério Raucci, e o ex-gerente financeiro da empresa, César Requena Mazzi, foram presos e levados ao DP.

Informações preliminares apontam que a Justiça considerou que a empresa, comandada por Codonho, demitiu funcionários e os recontratou em outra companhia para fraudar o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).”Ressaltamos que há notícia de ações cautelares (…), no âmbito fiscal, a recuperação de ativos de bens do grupo econômico mencionado, responsável por débitos fiscais bilionários já constituídos”, afirma o MP-SP, em nota sobre o caso.

Dois helicópteros foram apreendidos em São Bernardo do Campo, e quatro carros de luxo, em Cotia. Os PMs também encontraram e apreenderam dinheiro em espécie, incluindo notas de real, dólar americano, euro e libra esterlina, na mansão de Codonho – o valor total não foi divulgado.

A operação envolve o Gedec (grupo especial do Ministério Público paulista para combate à formação de cartel e lavagem de dinheiro), a Procuradoria-Geral do Estado e a Polícia Militar.

A advogada que defende Codonho, Maria Elizabeth Queijo, afirmou que não iria se manifestar imediatamente pois não teve acesso aos autos. As defesas dos outros acusados também não quiseram se manifestar.

 Em nota, a Dolly classificou de “injusta” a prisão do empresário detentor da marca. “Laerte Codonho sempre colaborou com as autoridades, e tem certeza que provará sua inocência. A defesa recorrerá da decisão e confia na Justiça”, diz o texto.