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Após escândalo de pedofilia, bispos chilenos visitam o Vaticano e recebem a ordem de “meditar e rezar”

Reuters

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Uma delegação de 34 bispos chilenos começou nesta terça-feira (15) no Vaticano uma série de entrevistas com o papa Francisco, após o escândalo das acusações de pedofilia na igreja católica no Chile. Os religiosos, dos quais três já se aposentaram, vão se encontrar com o líder da Igreja Católica individualmente e em grupo até a quinta-feira (17). Até agora, eles receberam a ordem de “meditar e rezar” durante 24 horas sobre diversos assuntos.

O encontro com o papa argentino ocorre duas semanas após a visita ao Vaticano dos três homens vítimas do padre chileno Fernando Karadima, que disseram ter conhecido “uma outra face da Igreja que os considerava como inimigos”. O cardinal Javier Errazuriz, que faz parte da delegação, foi acusado de omitir os crimes de Karadima e de atrapalhar as investigações.

“Antes de mais nada, queremos manifestar nossa dor e nossa vergonha. Dor porque temos vítimas de abuso sexual e vergonha porque esses atos foram produzidos no contexto eclesiástico”, afirmou o porta-voz da comissão chilena Fernando Ramos.

Num comunicado, o Vaticano afirmou que o papa Francisco considerava “necessário examinar com atenção as causas e consequências, assim como os mecanismos que levaram a dissimulações e a omissões graves”.

Pedido de desculpas

A visita de um número tão grande de bispos ao Vaticano é inédita na história da Igreja Católica do Chile. É também uma oportunidade para o papa Francisco de se recuperar do fiasco de sua viagem ao país sulamericano, quando ele defendeu veementemente o padre Juan Barros, outro acusado de esconder os atos pedófilos de Karadima.

Em uma carta recente destinada aos bispos chilenos, o papa reconheceu ter “julgado mal a situação”. Para diferentes especialistas e membros da Igreja Chilena, Francisco deveria retirar Barros de suas funções e exigir uma reorganização total da hierarquia eclesiástica local.