Elas deram depoimentos à CNN dizendo que foram vítimas do ator de 80 anos. Outras oito pessoas teriam citado 'comportamento inapropriado' do ganhador do Oscar.
O ator americano Morgan Freeman, de 80 anos, foi acusado por oito mulheres de assédio sexual, que comentaram os episódios em entrevista à CNN. Nesta quinta-feira (24), o canal publicou em seu site parte do conteúdo das declarações.
De acordo com a reportagem, foram ouvidas ao todo 16 pessoas.
Oito delas declararam ter sido vítimas do que chamaram de assédio.
As demais citaram “comportamento inapropriado” da parte do ganhador do Oscar de melhor ator coadjuvante por “Menina de Ouro” (2004).
Em nota, Freeman disse que pede desculpas a qualquer uma que tenha se sentido desconfortável ou desrespeitada.
“Qualquer pessoa que me conhece ou que trabalhou comigo sabe que não sou alguém que ofende intencionalmente ou deixa alguém desconfortável conscientemente”, disse o ator no comunicado.
“Peço desculpas a qualquer uma que se sentiu desconfortável ou desrespeitada — essa nunca foi minha intenção.”
Um dos casos mostrados pela CNN envolve uma jovem assistente de produção que, em 2015, começou a trabalhar no filme “Despedida em grande estilo” (2017), estrelado por Freeman, Michael Caine e Alan Arkin.
Ela disse à emissora que, num dos incidentes, Freeman “ficou tentando levantar minha saia e perguntando se eu estava usando calcinha”. Mas o ator não conseguiu o queria, segundo o relato.
“Alan [Arkin] fez um comentário pedindo que ele [Freeman] parasse. Morgan ficou apavorado e não não sabia o que dizer”, teria afirmado a jovem.
Mas o suposto comportamento do ator não teria ficado restrito àquele set, de acordo com fontes ouvidas pela CNN.
Uma mulher que integrante sênior da equipe de produção do filme “Truque de mestre” (2013) afirmou que ela e uma assistente foram assediadas em várias ocasiões em que Freeman teria feito comentários sobre os corpos de ambas.
“Ele comentou sobre nossos corpos… Nós sabíamos que, se ele estivesse para aparecer… Não era para usar nenhum top que mostrasse [parte dos] nossos seios, não era para usar nada que pudesse mostrar [parte das] nossas nádegas, o que significava que não era para usar roupas [que fossem] justas”, disse a fonte.
Várias acusações de má conduta sexual contra atores, cineastas e agentes têm atormentado Hollywood desde outubro de 2017, levando, em alguns casos, a demissões e a suspensão de projetos.
O produtor Harvey Weinstein, um dos mais poderosos de Hollywood, é um dos nomes mais conhecidos dentre os envolvidos no escândalo.
Acusações semelhantes também envolveram homens na política e negócios dos Estados Unidos e inspiraram o movimento de mídia social #MeToo, em que vítimas compartilham suas histórias de assédio ou abuso sexual.