Seis unidades estão espalhadas por bairros carentes da parte alta e baixa da capital
Fazer o bem sem olhar a quem. É com esse objetivo que a ONG Pense Alagoas, localizada em cinco bairros da capital, realiza mais de 10 mil atendimentos mensais às famílias de baixa renda. Médicos, dentistas, enfermeiros e profissionais de outras especialidades estão à disposição, de segunda à sexta-feira, durante todo o dia, daqueles que não têm condições de pagar por uma consulta.
Cerca de 15 mil famílias são cadastradas nas seis unidades, sendo duas Benedito Bentes, Jacintinho, nos Conjunto Rosane Color e Cleto Marques Luz e Vergel do Lago.
O coordenador de uma das unidades no Benedito Bentes, Marcos Costa, conhecido como Marquinhos, diz que o trabalho feito é voluntario e totalmente humano. “É de extrema importância essa ação que desenvolvemos durante todo o ano. O nosso intuito é minimizar a espera no atendimento no SUS para as pessoas com problemas no acesso à saúde”.
Prestando serviços há cinco anos na ONG, a unidade em que Marquinhos atua cinco mil famílias figuram a lista de cadastrados.
“O trabalho que desenvolvemos é bastante sério, devido o problema de saúde pública do Brasil ser recorrente e que merece atenção. A situação foi se agravando com o passar do tempo e, atualmente, tornou-se mais preocupante”, reforçou o coordenador do projeto.
Um dos profissionais que atende numa das unidades é o médico-psiquiatra Antônio Hollanda. Formado há quase 40 anos pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), ele dedica parte da sua vida ao trabalho voluntário.
Mesmo antes de iniciar o curso, Hollanda já havia despertado a vontade de realizar trabalhos sociais no decorrer da adolescência.
“É importante sempre olharmos sempre para o problema das outras pessoas e, se for possível, ajudar a solucioná-los. Para trabalhar voluntariamente e fazer uma grande diferença, não é preciso sair do país, estado ou mesmo da própria cidade”, ressaltou o especialista, ao afirmar que a sua recompensa é olhar o brilho nos olhos de quem foi atendido, como forma de agradecimento.
Antônio Hollanda atualmente também é vereador por Maceió. Segundo ele, apesar das profissões serem distintas, o seu trabalho só tem um único propósito: ajudar a sociedade alagoana no que for necessário.
A dona-de-casa Maria Cícera, de 67 anos, é uma das pacientes da ONG. Moradora do Benedito Bentes, pelo menos uma vez por mês ela se dirige à Organização Não Governamental para uma consulta. “O que os voluntários fazem por nós não há preço. Eu mesmo não tenho condições de pagar e aguardar a fila do SUS é muito cruel”, ressaltou.
Para conseguir uma ficha de atendimento, o paciente deve estar portando RG, CPF, comprovante de residência e duas fotos 3×4. Após a entrega dos documentos, é feito o cadastro.
Além das consultas, ONG também promove exames, mutirões e palestras. “O nosso trabalho não se limita a consultas. A nossa meta é ampliá-lo cada vez mais em prol da população”, finalizou o coordenador Marcos Costa.