O ingresso ao ensino superior tornou-se mais fácil nos últimos anos, aumentando assim o número de pessoas em universidades públicas e particulares. Com isso, a entrada de estudantes com necessidade especiais também acompanhou essa evolução. Hoje, candidatos com deficiência possuem cotas para ingressar nas universidades federais brasileiras. Antes da regulamentação da Lei 12.711/2012, as cotas permitiam a inclusão de pessoas com deficiência em universidades públicas, mas a medida era opcional e ficava a critério de cada instituição.
Dados do Censo da Educação Superior de 2016 mostram que, mesmo após o decreto, apenas 0,45% do total de 8 milhões de matrículas no ensino superior são de alunos com deficiência. Na rede privada, esse percentual é ainda menor, o equivalente a 0,35%. A evasão entre esses estudante é de 27%, sendo maior na rede privada, que chega a 31,5%. Os cursos com maior número de deficientes são Direito, Psicologia, Engenharia Civil e Pedagogia.
Laiza Rebouças, 40 anos é deficiente auditiva e, mesmo com todas as dificuldades encontradas durante a graduação, nunca pensou em desistir. Hoje, ela é professora de Libras e, além disso, é formada em outros dois cursos e já acumula uma especialização. “Também sou formada em Direito, Ciências Contábeis e pós-graduada em Auditoria”. Ela diz sentir o preconceito das pessoas em algumas situações mas os seus sonhos sempre foram maiores. “O mais importante para mim sempre foi estar firme e lutar contra minhas limitações”.
Além de lidar com o preconceito, a professora de Libras ainda sentia muita dificuldade para acompanhar o conteúdo que era exposto em sala de aula. “Era muito ruim copiar as falas do professor e ainda acompanhar a tradução feita pela intérprete”. Ela também contou que os professores falavam muito rápido e não se preocupavam em utilizar recursos visuais como slides. “Eram poucos que tinham paciência para repetir caso os estudantes tivessem alguma dúvida. Como eles falavam muito rápido, prejudicava muito o meu entendimento e aprendizado”, explicou.
As dificuldades de Laiza não impediram que ela conquistasse um espaço no mercado de trabalho. Mas nem sempre é assim. Segundo pesquisa realizada pelo Vagas.com – empresa de soluções tecnológicas de recrutamento e seleção – pessoas com deficiências também sofrem com discriminação no mercado de trabalho e mais da metade (59%) das pessoas que responderam ao questionário se sentem prejudicadas em processos seletivos. E 65% dos respondentes se sentem excluídos por colegas de trabalho.
Inclusão e acessibilidade são duas palavras complementares e nunca devem ser pensadas separadamente. Assim como Laiza você precisa ir sempre em busca dos seus sonhos. Para alcançá-los, você pode contar com ajuda do Educa Mais Brasil. O programa educacional oferece bolsas de estudo de até 70% para cursos de graduação. Acesse o site do Educa Mais Brasil e confira todas as oportunidades disponíveis na sua região.