As quartas de final da Copa na Rússia terão o pior ranking de seleções desde o Mundial de 1994, nos EUA, o primeiro realizado após a criação da lista da Fifa. Os confrontos foram fechados nesta terça (3), com as classificações de Suécia e Inglaterra.
Foram analisadas as colocações de cada seleção que chegou às quartas, desde 1994. Foi feita a soma das posições -quanto maior a pontuação, pior o ranqueamento das oito equipes classificadas.
O ranking é usado como critério para definir cabeças de chave dos grupos do Mundial.
Nesta Copa, as seleções somam 152 pontos, puxadas pela Rússia, que ocupa a 70ª posição. É a pior colocação na série histórica de um time que chegou a essa fase.O pior Mundial até agora havia sido o de 2002, com 150 pontos. A pior seleção nas quartas de final do torneio na Ásia foi o Senegal, em 42º.
Neste Mundial na Rússia, aparecem outras seleções com rankings baixos, como Suécia (24ª) e Croácia (20ª).
No torneio no Brasil, quatro anos atrás, a pior equipe nas quartas foi a Costa Rica (28ª), seguida da França (17ª).
O Brasil, que ocupa a segunda posição, é a seleção mais bem colocada que segue no torneio na Rússia. A Alemanha, a primeira, caiu ainda na fase de grupos.
A metodologia do ranking da Fifa prioriza os resultados dos últimos 12 meses das seleções. Ou seja, o desempenho histórico, a chamada “camisa” do time, pesa pouco.
A reportagem considerou a posição de cada time no último ranking antes de cada edição da Copa do Mundo.
Em termos de presença de seleções já campeãs que chegaram às quartas, este Mundial está empatado com o de 2014. São quatro vencedores de Mundial (Brasil, França, Inglaterra e Uruguai).
Em tese, enfrentar seleções com ranking mais baixo tornaria o caminho das equipes tradicionais mais fácil.
Mas esta edição na Rússia tem sido marcada por zebras. Uma da principais foi a vitória russa contra a Espanha nos pênaltis, após empate por 1 a 1. Campeões em 2010, os espanhóis estão 60 posições acima no ranking oficial da Fifa.
“É futebol. Tivemos domínio, finalizamos muito. Enfrentamos uma equipe muito potente na defesa”, afirmou o técnico da Espanha, Fernando Hierro.
“Falei individualmente com os jogadores, mais que o normal. Eles tinham de comprar a ideia do jogo”, disse o técnico Tchertchesov, da Rússia.
Nesta terça, após fazer o gol que eliminou a Suíça (6ª no ranking), o meia sueco Fosberg foi questionado se achava que era coincidência que equipes mais bem posicionadas estavam caindo. “Há muito em jogo, talvez seja por nervosismo”, afirmou.
Ao fim da rodada, com a classificação da Inglaterra sobre a Colômbia, ficou garantido que pelo menos uma das seleções a disputar a final do Mundial será europeia. Isso porque um dos lados da chave das quartas de final desta Copa é disputado apenas por equipes do continente e, necessariamente, uma delas chegará à final. São elas: Croácia, Rússia, Inglaterra e Suécia.
Do outro lado das quartas, há dois sul-americanos (Brasil e Uruguai) e dois europeus (França e Bélgica), que disputam a outra vaga na decisão.
Esse tem sido o padrão desde 1954. A de 1950 foi a última vez que nenhum europeu chegou à final -a partida foi disputada entre Brasil e Uruguai, com vitória dos uruguaios.
Além de garantir um time europeu na final, as oitavas desta edição também marcaram o aumento da média de gols em relação à fase de grupos, que subiu de 2,5 para 3.
As oitavas na Rússia também trouxeram o maior número de decisões por pênaltis nessa fase desde 1986, quando começou a existir essa etapa. Agora, foram três decisões.
Em 2014, foram duas. Nos demais torneios, havia sido no máximo uma.