O pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) participa de um evento com quilombolas em Parauapebas, no Pará, no próximo dia 13. Denunciado por racismo pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o presidenciável tenta amenizar os efeitos da acusação em sua campanha eleitoral. A PGR denunciou o deputado federal após declarações nas quais o parlamentar afirmou que quilombolas “não servem nem para procriar”.
O evento que contará com a presença de Bolsonaro é organizado por Paulo Quilombola, líder da Federação das Comunidades Quilombolas do Pará. Até junho, ele apoiava a candidatura do senador Alvaro Dias (Podemos) ao Planalto. No entanto, no último dia 28, Paulo divulgou vídeo em que explica o motivo para mudar de posicionamento.
“Os inimigos de Jair Bolsonaro também são inimigos da federação e das populações tradicionais do estado do Pará. Todos que perseguem Jair Bolsonaro perseguem também a federação, porque estão com medo, com medo da mudança. Eu apoio Jair Bolsonaro, sei que, se ele assumir o Brasil, muita coisa vai mudar, muita coisa que está errada dentro do movimento afroindígena, dentro do movimento negro, vai mudar”, diz Paulo Quilombola na gravação.
A figura de Paulo Quilombola é questionada dentro da própria comunidade. Em abril, a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas divulgou nota em repúdio a ele.
“As entidades do movimento negro e quilombola do estado do Pará manifestam o seu repúdio às práticas aviltantes desse senhor, exteriorizadas pelos seus discursos de ódio contra muitas de nossas lideranças quilombolas, entre outras, tendo como pessoal e único interesse (o que nos parece o mais grave) desmantelar todo o processo político até aqui construído por instituições sérias do nosso movimento”, diz a nota.