Atendendo a recomendação conjunta expedida pelo Ministério Público de Alagoas (MPE) e pelo Ministério Público de Contas (MPC), em virtude da inadequação da prestação dos serviços de operação e manutenção do transporte público, a Prefeitura de Maceió publica, na edição desta quarta-feira (11) do Diário Oficial, decreto que determina intervenção no contrato da concessão formada pelas quatro empresas que atualmente operam o sistema na capital.
Além de considerar as inconformidades na prestação dos serviços firmados em contrato, a medida aponta a “incapacidade dos concessionários em atender as disposições dos contratos de concessão com relação à constituição do Consórcio Operacional e consequente gestão do Sistema de Bilhetagem Eletrônica (SBE)”.
O decreto nomeou o diretor-presidente da Agência Municipal de Regulação de Serviços Delegados (Arser), Ricardo Wanderley, como interventor pelo prazo de 180 dias.
“A intervenção é um ato extraordinário e temporário, mas necessário em função ineficiência dos concessionários no que diz respeito ao cumprimento integral do que está contratado. Daí a necessidade de um corte parcial, de um trabalho temporário de reordenamento da concessão”, esclarece Ricardo Wanderley. “O prefeito entende que o direito do usuário deve ser privilegiado, em detrimento de todos os demais – sobretudo dos concessionários, que também devem ser respeitados”, complementa.
Entre os objetivos da intervenção estão: regularizar a prestação dos serviços públicos de gestão do Sistema de Bilhetagem Eletrônica (SBE); evitar prejuízos à operação do sistema de transporte coletivo urbano de Maceió; assegurar manutenção de um preço justo da tarifa e garantir a sustentabilidade financeira e operacional do SBE, bem como a continuidade da prestação dos serviços.
A Prefeitura de Maceió ressalta que a intervenção se dará em caráter administrativo, sem afetar o funcionamento do sistema de transporte e nem provocar prejuízos aos usuários.
Licitação e tarifa
Em 13 de novembro de 2015, a Prefeitura de Maceió divulgou o resultado da primeira licitação de transporte público coletivo da história da capital alagoana. O feito inédito teve como vencedoras as empresas Cidade de Maceió, Real Alagoas, São Francisco e Veleiro.
De acordo com o contrato, as quatro devem: constituir um consórcio operacional para gestão da bilhetagem eletrônica; renovar a frota de veículos e retirar de circulação coletivos com mais de dez anos de fabricação e promover a integração temporal de passageiros (pagar apenas uma passagem no deslocamento para uma mesma direção), entre outros pontos.
Em fevereiro de 2018, a Arser atuou na mediação do reajuste tarifário sugerido pelas empresas e conseguiu uma redução no valor do aumento. Inicialmente, as operadoras pleitearam que a passagem subisse de R$ 3,50 para R$ 3,80. Com a intervenção da agência, o bilhete único ficou no valor de R$ 3,65.
Fonte: Secom Maceió