Um turista de Sorocaba (SP) morreu nesta segunda-feira (16) ao cair de um brinquedo no Beach Park, parque aquático em Aquiraz, na Grande Fortaleza. Ricardo José Hilário Silva, de 43 anos, estava em uma boia com mais três pessoas no “Vainkará”, atração que havia sido inaugurada no fim de semana. Ele e os outros caíram dentro do brinquedo. Hilário bateu a cabeça na estrutura da atração, ao despencar.
Na última curva do toboágua, antes da chegada à piscina no solo, a boia passou da altura da parede de contenção e virou com os quatro dentro do brinquedo. Hilário estava na parte mais alta.
A Polícia Civil investigará as circunstâncias do acidente. Uma perícia deve ocorrer no brinquedo nesta terça (17). O parque ficará fechado.
Em nota, o Beach Park lamentou a morte do turista, que trabalhava como radialista em Sorocaba. “A equipe de segurança aquática realizou o atendimento de forma imediata, mas infelizmente o visitante foi a óbito. O Beach Park lamenta profundamente o ocorrido e está dando todo o apoio, suporte e atenção para a família.”
O G1 conversou com duas pessoas que estavam na boia e sobreviveram ao acidente. Mateus Sena, que é de São Paulo, afirmou que Ricardo José caiu de cabeça no chão.
“No momento em que a boia saiu, ele estava mais à direita, na parte mais alta da boia. E ele também caiu de cabeça, por isso sofreu mais.”
Segundo o turista, uma placa no local alerta para o peso máximo das quatro pessoas somadas na boia, que não pode ultrapassar 320 quilos.
“Nós tínhamos pessoas de grande porte físico e, na hora de descer na boia, não avaliaram e não alertaram a gente sobre o risco. Parecia que estava tudo ok, tinham que ter alertado sobre o risco”, afirma Mateus Sena.
A namorada de Sena, que também desceu no “Vainkará” no momento do acidente, sofreu “um forte impacto no peito e no braço” e está “bastante abalada, em choque”, segundo o turista.
Tarcísio Pontes, de 44 anos, turista de Mato Grosso que também estava na boia na hora do acidente, disse que tentou ajudar Ricardo depois da queda.
“Ele [Ricardo] caiu do meu lado, desmaiou na hora. Segurei ele, mas a água foi me puxando, fui levantando ele pra não engolir água. Os salva-vidas demoraram pra chegar e ajudar”, afirma.
Pontes diz que não recebeu atendimento do parque. “Pedi atendimento, pra pelo menos medir a pressão, mas eles falaram que não tinham equipamento. O atendimento foi péssimo. Estou emocionalmente abalado, tive que tomar calmante.”
Mateus Sena e Tarcísio Pontes afirmaram ao G1 que não tiveram ferimentos físicos.
Após o acidente, o parque encerrou as atividades da atração, que só voltará a funcionar após o trabalho da perícia, “que será realizada pelos órgãos competentes na investigação das causas do acidente”, disse em nota. O Beach Park afirmou ainda que não funcionará nesta terça-feira (17) “em respeito à família”.
Ainda conforme as testemunhas relataram ao G1, um familiar de Ricardo José que descia na sequência do acidente desmaiou ao chegar ao solo e vê-lo sangrando no chão.
As pessoas envolvidas no acidentes afirmaram que o parque aquático priorizou o atendimento a Ricardo José, que “estava visivelmente em estado mais grave”.
Descidas e ‘ondas’
De acordo com a divulgação do brinquedo, o “Vainkará” proporciona várias descidas ao longo de 150 metros de percurso. A primeira queda é íngreme e faz com que a boia encontre uma grande onda.
“Em uma sequência rápida, uma segunda onda deixa o Vainkará mais radical, com sensação de gravidade zero”, diz a descrição do brinquedo.
Conforme as normas, as boias levam quatro pessoas na descida do toboágua de 25 metros de altura. Mateus Sena contou que ele e a namorada conheceram Ricardo José e Tarcísio Pontes na fila para descer na atração.
“A gente se conheceu na fila e combinamos de ir nós quatro, outras duas pessoas da família [de Ricardo José] viriam na descida seguinte, com outras duas pessoas”, disse Mateus Sena.