Política

PDT confirma candidatura de Ciro Gomes à Presidência

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PDT lança edital para Convenção Nacional em Brasília

PDT confirmou nesta sexta-feira (20) o ex-governador do Ceará Ciro Gomes como candidato à Presidência da República pela legenda durante a convenção nacional do partido, em Brasília. Ciro Gomes foi eleito por aclamação dos filiados que participaram do evento.

Na chegada ao evento, Ciro Gomes afirmou que fala “10 horas por dia” e que “evidentemente” pode errar “aqui e ali”. “Nunca tive pretensão de ser um anjo”, afirmou.

Em seu primeiro discurso como candidato, Ciro Gomes disse que o Brasil é um país “grande e com recursos” para “oferecer uma vida feliz ao povo”. “O que está faltando é coesão, debate franco sobre o Brasil que queremos”, declarou.

O candidato afirmou que é necessário acabar com “a cultura de ódio” no país. “Acabar com essa ideia de brasileiro contra brasileiro se ferindo pela internet”, disse.

O político declarou que precisará de todos os segmentos da sociedade, “porque ninguém é dono da verdade”. “Apesar de alguns quererem tratar [isso] com frases de efeito”, afirmou.

Privilégios

Durante o discurso, Ciro afirmou ainda, sem citar exemplos, que vai “perseguir” e “encerrar” cada privilégio.

“Vou olhar com uma lupa cada conta, cada privilégio. Comigo privilégio vai ser perseguido e encerrado, seja de quem for. Poderosos, como se acham que são, cada privilégio será trazido à denúncia pública”, disse o candidato.

Corrupção e economia

O ex-governador do Ceará também defendeu o combate à corrupção, que chamou de “câncer a crença do povo na política”.

Sobre economia, Ciro disse que, a “pretexto de austeridade fiscal”, “essa gente quebrou o país”, sem especificar a quais governos estava se referindo. “O Brasil nunca esteve tão fragilizado nas contas públicas”, declarou.

Ciro citou números das contas públicas e fez críticas ao que se deve ao “baronato”. Mas, ressaltou: “Não cabe aventura, ruptura, nem desrespeito aos contratos”.

O candidato defendeu um novo “projeto nacional de desenvolvimento” com apoio à indústria e ao comércio nacionais, que, na avaliação dele, estão “sofrendo”.

“Será que dá para pagar celular moderno, química fina, maquinário e equipamentos com minério de ferro bruto, soja em grãos, e petróleo bruto? Não. Essa conta não fecha e, por isso, o Brasil quebra”, afirmou.

“O Brasil é o país que mais destrói as próprias indústrias no capitalismo mundial”, acrescentou.

Desemprego e geração de renda

Ciro Gomes citou os altos índices de desempregados e de brasileiros que trabalham na informalidade e disse que, se eleito, investirá na geração de empregos e renda.

“[Precisamos] acabar com a vergonha da extrema pobreza, avançar na educação e em uma saúde que atenda a mínima dignidade do povo, apostar na diversidade, e investir na ciência e na tecnologia”, disse o pedetista, enumerando as prioridades caso se torne presidente do país.

Segurança pública e saúde

O pedetista também defendeu maior participação da União na segurança pública, além do direcionamento das polícias federais para o combate a organizações criminosas violentas.

Ciro afirmou ainda que investirá em inteligência para a prevenção de homicídios e controle das fronteiras.

Sobre saúde, o candidato declarou que é preciso reduzir a espera pelos atendimentos ambulatoriais.

Educação

O pedetista também disse que pretende investir na educação pública que, possivelmente, será a maior prioridade se for eleito.

“Educação de qualidade é a única saída para uma nação se emancipar”, opinou.

Em relação ao setor, Ciro disse que dará continuidade à política de cotas para fazer “justiça” com os “discriminados” da sociedade brasileira.

Carreira política

A eleição presidencial de 2018 será a terceira tentativa do político de chegar ao Palácio do Planalto. Ciro concorreu nas eleições de 1998 e de 2002, mas jamais chegou ao segundo turno.

Atual vice-presidente do PDT, Ciro Gomes foi ministro da Fazenda entre setembro de 1994 e janeiro de 1995, período final do governo Itamar Franco e início do governo Fernando Henrique Cardoso.

Advogado, Ciro também foi ministro da Integração Nacional, entre janeiro de 2003 e março de 2006, no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.

Ex-governador do Ceará e ex-prefeito de Fortaleza, Ciro Gomes já foi deputado federal e está no sétimo partido desde que entrou para a política (também foi filiado a PDS, PMDB, PSDB, PPS, PSB e PROS).

Compareceram ao evento, o presidente da legenda, Carlos Lupi, o irmão de Ciro Gomes, Cid Gomes, o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves e também os deputados que representam o partido na Câmara dos Deputados.

No discurso de abertura do evento, o presidente do PDT comentou críticas ao tom das declarações de Ciro Gomes.

“Como dá pra ser mole com o Brasil com tanta desgraça, com tanta corrupção, com tanto golpista no Palácio do Planalto?”, questionou.