O ator Wagner Moura, 42, entrou com uma ação na justiça contra o MBL (Movimento Brasil Livre) por danos morais. Ele pede uma indenização no valor de R$ 50 mil. O motivo é uma postagem que o grupo fez no Facebook, em que insinua que o ator recebeu dinheiro via Lei Rouanet para fazer vídeos com o objetivo de defender a então presidente Dilma Rousseff.
O post foi publicado em 30 de março de 2016, antes do impeachment de Dilma, e mostra uma foto de Moura com a seguinte frase: “Wagner Moura, captando R$ 11,5 milhões pela Lei Rouanet, fará vídeos defendendo o governo Dilma”.
No processo, os advogados de Moura argumentam que o MBL cometeu os crimes de calúnia, injúria e difamação, “atingindo de forma certeira e sem qualquer piedade o nome e a imagem” do ator.
Na ação, os advogados do ator afirmam que a postagem tem potencial “devastador”, já que teve mais de 20 mil curtidas, 31 mil compartilhamentos e 3.000 comentários. O MBL é um grupo político de direita, que ficou conhecido durante os protestos pelo impeachment de Dilma.
Segundo Paulo Petri, advogado de Moura, o processo é do ano passado, mas está parado, porque até agora a justiça do Rio não conseguiu intimar representantes do movimento. “Há uma dificuldade para encontrar pessoas do grupo para assinar a intimação”, afirma.
O escritório dele também defende, em casos semelhantes, outras personalidades que foram alvo de postagens do MBL, como o músico Tico Santa Cruz e o escritor e humorista Gregório Duvivier. “Esse grupo utiliza, com certa frequência, os seus espaços virtuais, para atacar pessoas que não têm a mesma opinião política deles”, diz. Os três artistas foram contrários ao impeachment da presidente.
Petri acrescenta que a intenção de Moura é combater a sensação de impunidade que existe hoje na internet. “O Wagner não tem essa postura de sair processando todas as pessoas que o agridem nas redes sociais. Mas neste caso, ultrapassou-se o limite do ponderável, porque essa publicação do grupo viola a intimidade, a honra e a vida privada dele.”
Procurado pela reportagem, o MBL informou que não foi intimado sobre o processo e, por isso, não tem como se pronunciar sobre o assunto. No final de julho, o Facebook retirou uma rede composta por 196 páginas e 87 perfis na rede social por, segundo a empresa, violar severamente as suas políticas de autenticidade. Dentre elas, estão quatro páginas do MBL, segundo divulgado pelo MPF (Ministério Público Federal) em Goiás.