Celeste Ayala não hesitou em alimentar bebê que chegou desnutrida em hospital; apesar do gesto, pediatras alertam contra a amamentação cruzada
Uma cena que se passou na Argentina comoveu os internautas: ao fazer ronda em um hospital público, uma policial viu um bebê passando fome e, deixando o instinto falar mais alto, saiu de sua condição de segurança do local e parou para alimentá-lo. A foto mostrando a cena de amamentação viralizou rapidamente nas redes.
A policial mostrada na foto é Celeste Ayala e o registro foi feito por Marcos Heredia, um colega de trabalho que fazia ronda com ela, que a postou no Facebook. No momento da cena, o bebê que Celeste segura havia sido internada por desnutrição. Percebendo que a equipe médica estava sobrecarregada e que a melhor forma de ajudar a criança era por meio da amamentação , a policial, que é mãe, não hesitou em pedir para alimentar a pequena.
“Quero tornar público esse grande gesto de amor que você teve com esse bebê que, sem conhecer, você não duvidou por um momento e alimentou como se fosse a mãe dela. Não se importou com a ‘sujeira e o fedor’ dela, como diziam os próprios profissionais do hospital”, descreveu Marcos no Facebook.
A mídia local afirma que a menina, de oito meses, é a irmã mais nova de seis crianças cuja mãe, solteira, está tendo dificuldades financeiras o que faz com que, ocasionalmente, a família passe fome. Depois do ocorrido, estão arrecadando fundos e recursos para a família.
Celeste deu seu depoimento: “Eu percebi que ela estava com fome porque ela cava colocando a mão na boca. Então pedi para abraçá-la e amamentá-la. Foi um momento triste, partiu meu coração vê-la daquela forma. A sociedade deveria ser mais sensível aos problemas que afetam as crianças. Isso [crianças passando fome] não pode continuar acontecendo”.
A postagem do colega de Celeste mostrando sua boa ação viralizou nas redes, tendo mais de 142 mil reações, 296 comentários e 105 mil compartilhamentos
Amamentação cruzada
Apesar do lindo gesto feito pela policial argentina, pediatras alertam para a amamentação cruzada, isto é, quando uma mulher que não é a mãe amamenta um bebê. Isso porque tudo, de bom e ruim, é transmitido pelo leite materno .
Ainda que a mulher que esteja amamentando a criança seja saudável, o leite que ela produz não foi feito para aquele bebê. O corpo de cada mulher produz o leite ideal para seu próprio bebê, para atender suas necessidades especificamente.
Numa mulher saudável, o leite está repleto de anticorpos, específicos para seu filho. Ao ofertar seu leite para outro bebê, aqueles anticorpos podem não ser os que ele precisa, sendo até perigosos para a criança, que pode adoecer.
Se a amamentação não pode acontecer por algum motivo entre a mãe e seu bebê, o ideal é buscar um banco de leite humano. O leite doado a esses locais, além de passar por um cadastro detalhado, é pasteurizado e, assim, tem qualquer impureza removida e se torna próprio para o consumo dos bebês sem nenhum perigo.