Hoje é Dia do Nutricionista; a data celebra a fundação da associação da categoria
Aos 14 anos, Victor era um adolescente gordinho. Pesava 100 quilos e via o mundo de forma diferente. “Uma criança com obesidade ou sobrepeso tem uma visão de mundo mais opressora”, reflete. Insatisfeito com o corpo, o emagrecimento passou a ser um de seus objetivos. Influenciado pela história de um amigo, ele pensou: “rapaz, se ele conseguiu, eu também consigo!”.
Dedicação, mudança alimentar e exercícios físicos bastaram para que ele, em seis meses, perdesse 30 quilos. “Quando você muda a sua alimentação e o seu corpo acaba transformando, muda também a sua forma de enxergar o mundo”, conta. O fato de ter convivido com o sobrepeso o impulsionou a fazer da sua experiência um incentivo para também auxiliar a mudança de vida de outras pessoas. E conseguiu mais uma vez. Aos 29 anos, Victor atua como nutricionista e hoje comemora o dia da sua profissão. No Brasil, 31 de Agosto é considerado dia do nutricionista, pois foi nessa data, em 1954, que a Associação Brasileira de Nutricionistas foi fundada.
Diariamente, o nutricionista Victor ajuda diversas pessoas a se entenderem com o corpo utilizando, além de todos os recursos técnicos aprendidos durante os anos de estudos, a sua história como instrumento de motivação. “Quando o paciente chega ao consultório disposto a mudar eu me entrego. Ensino tudo que aprendi nesses longos quinze anos em que tenho vivido de maneira mais saudável. E o resultado disso é muito bacana”, comemora.
Mais do que fazer as pazes com o espelho, os pacientes conseguem resgatar a saúde, autoestima e bem-estar. Dentro da Nutrição, o segmento escolhido por Victor Bahia foi o biometabólico. “Muitas pessoas tem um metabolismo um pouco mais lento ou disfuncional. Com a nutrição biometabólica eu entendo o metabolismo do cliente e ajudo a regularizá-lo, possibilitando uma melhor qualidade de vida”, explica. Em seu perfil no instagram, o @victorlbahia, com mais de 9 mil seguidores, ele mostra a evolução do #teambahia, como costuma chamar os seus pacientes.
Mudança de vida
Não é só o time de Victor que está nesta pegada. Um número cada vez maior de brasileiros investe na reeducação alimentar, através da orientação de um nutricionista. É o caso da jornalista Fabiane Araújo, 31 anos, e de seu marido. “Por conta do sobrepeso, ele passou por um problema de saúde muito difícil, chegando a ficar internado em uma unidade semi-intensiva. Para ajudá-lo, resolvi buscar um nutricionista e aproveitei, também, para resolver a minha questão de estar sempre abaixo do peso”, conta.
Após o acompanhamento, o casal pôde desmitificar a visão de que se alimentar de forma saudável é se privar de alimentos saborosos. Hoje, a união também é em prol de uma vida com mais bem-estar. “A nutrição nos uniu nesse propósito. Tanto ele quanto eu, passamos a ter mais disciplina em relação a nossa vida, a nossa saúde. Hoje temos aquela vontade de viver. Tudo que fazemos é pensando em viver mais, melhor”, comemora.
Graduação de Nutrição
De acordo com o último Censo da Educação Superior, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2016, no Brasil foram formados mais de 46 mil nutricionistas. O curso de Nutrição é ofertado em instituições públicas e privadas. Programas de incentivo educacional, como o Educa Mais Brasil, oferecem bolsas de até 70% de desconto para quem não garantiu vaga em uma instituição pública.
A graduação tem, em média, quatro anos de duração, podendo ser cursada nas modalidades de ensino presencial e a distância. No curso, o aluno estudará disciplinas como anatomia, bioquímica, fisiologia entre tantas outras. Depois de formado, para além de montar dietas, o profissional pode atuar em diferentes áreas como Nutrição Esportiva, Saúde Coletiva, Nutrição Clinicas, Controle Nutricional, Docência e pesquisa.
Para o nutricionista Victor Bahia, o “futuro nutricionista tem que pensar que será um exemplo e viver a nutrição diariamente”. Além disso, para ele, é preciso antes de tudo amar o que faz. “E tem que se doar. Não adianta você estudar só a parte científica, também tem que ser humano, tem que sentir o outro, ter sensibilidade com a realidade do outro, para conseguir ajudar quem pode ter vivido em um contexto de alimentação irregular”, finaliza.