TCDB: Uma arma eficiente no diagnóstico precoce do câncer de pulmão
06/09/2018 18:01
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Ascom / Santa Casa
Médico radiologista Rodrigo Benning e o moderno tomógrafo da Santa Casa de Maceió
Você já ouviu falar em tomografia computadorizada com baixa dose de radiação (TCBD)? Trata-se de uma modalidade de radiografia especializada para rastreamento de câncer de pulmão.
O câncer de pulmão era considerado uma doença extremamente rara no final do século XIX, representando apenas 1% de todas as neoplasias identificadas em biópsias na Alemanha (no Instituto de Patologia da Universidade de Dresden).
No entanto, este perfil mudou drasticamente no século seguinte, com o aumento no consumo de tabaco e derivados, sendo, atualmente, o mais comum de todos os tumores malignos, com crescimento de 2% ao ano na incidência mundial, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
O Inca informa ainda que o câncer de pulmão mata cerca de 28 mil brasileiros/ano, mais que os óbitos por câncer de cólon, mama e próstata.
“Diante deste cenário, as formas mais eficazes de se prevenir o risco de morte por câncer de pulmão são por meio da prevenção primária (não fumar é a principal delas) e da secundária (por meio de exames de rastreamento, como a TCBD)”, enfatiza Rodrigo Benning Pinheiro, médico radiologista e coordenador do Serviço de Radiologia da Santa Casa de Maceió.
Há cerca de 30 anos, estudos de rastreamento têm sido realizados por meio de radiografias de tórax e citologia do escarro, possibilitando diagnósticos precoces, maior potencial de ressecabilidade e maiores taxas de sobrevida, sem, no entanto, determinar redução da mortalidade.
Pesquisa nos EUA
Em 2002 teve início nos Estados Unidos o maior estudo randomizado de rastreamento de câncer de pulmão, o National Lung Screening Trial (NLST).
Foram avaliados cerca de 54 mil pessoas assintomáticas, entre 55 e 74 anos, com carga tabágica igual ou superior a 30 maços/ano e que haviam parado de fumar nos últimos 15 anos.
Os pacientes foram divididos em dois grupos e acompanhados por três anos consecutivos: os que realizaram radiografia convencional de tórax e os que se submeteram à TCBD.
Os resultados primários mostraram que o rastreamento por TCBD reduziu em 20% a mortalidade pela doença, em comparação com o grupo que realizou radiografia convencional.
A conclusão do estudo foi que a TCBD evita algumas mortes por câncer de pulmão em fumantes de alto risco e em ex-fumantes.
Quem pode fazer o TCDB?
Reprodução
No lado esquerdo, pulmão normal. No direito, a seta indica o tumor
Devem fazer o rastreamento de câncer de pulmão por meio da TCBD fumantes que façam uso acima de 30 maços/ano (número de maços por dia vezes os anos que fumou).
Também são elegíveis para o exame ex-fumantes que cessaram o tabagismo há menos de 15 anos e com idade entre 55 e 74 anos.
Realizada na unidade Diagnósticos Santa Casa, a TCBD utiliza uma menor dose de radiação, o que permite ser repetida frequentemente, de acordo com protocolo estabelecido pelo hospital.
O exame também detecta outras doenças provocadas pelo tabagismo, antes mesmo dos primeiros sintomas se manifestarem.
Abordagem interdisciplinar
Ascom / Santa Casa de Maceió
Exame exige abordagem interdisciplinar
Para avaliar os resultados da tomografia computadorizada com baixa dose de radiação (TCBD) é necessária a participação de uma equipe interdisciplinar composta por radiologista, patologista, pneumologista, oncologista e cirurgião torácico, todos com experiência em doenças do tórax.
O compartilhamento de informações orienta a conduta médica com solicitação de novos exames e início de tratamento, se for o caso.
O diagnóstico precisa ser confirmado com biópsia, que pode ser por broncoscopia (exame onde um tubo fino com câmera penetra pelas vias aéreas), por punções transtorácicas com agulha ou por cirurgia.